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Trump ironiza desfile militar na China e lembra apoio dos EUA durante Segunda Guerra

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Washington (EUA) – O ex-presidente norte-americano Donald Trump usou a rede Truth Social na noite de terça-feira (2) para comentar o encontro do presidente chinês Xi Jinping com os líderes da Rússia, Vladimir Putin, e da Coreia do Norte, Kim Jong-un, durante o desfile militar realizado em Pequim pelos 80 anos do fim da Segunda Guerra no Pacífico.

Trump recordou o apoio prestado pelos Estados Unidos à China contra a invasão japonesa durante o conflito e citou “o sangue americano derramado” na época. “A grande questão a ser respondida é se o presidente Xi mencionará a enorme quantidade de apoio e de sangue que os Estados Unidos da América deram à China para ajudá-la a garantir sua liberdade de um invasor estrangeiro muito hostil”, escreveu. “Muitos americanos morreram na busca da China por vitória e glória. Espero que sejam devidamente homenageados.”

Em tom sarcástico, o republicano desejou “um grande e duradouro dia de celebração” ao povo chinês e pediu que Xi transmitisse “as mais calorosas saudações a Vladimir Putin e Kim Jong-un, enquanto vocês conspiram contra os Estados Unidos da América”.

Parada exibe novo arsenal chinês

O desfile ocorreu na manhã de quarta-feira (3) em plena Praça da Paz Celestial, perante mais de 50 mil espectadores e representantes de 26 países. Segundo a CNN, a parada de 70 minutos foi liderada por Xi ao lado de Putin e Kim – gesto considerado por analistas como recado direto à Casa Branca.

Entre os equipamentos mostrados estavam mísseis hipersônicos, drones aéreos, terrestres e submarinos, lasers de defesa e o novo míssil intercontinental DF-61, ainda inédito ao público. Especialistas ouvidos pela emissora avaliaram que Pequim buscou demonstrar avanço tecnológico e capacidade industrial para produzir armas em larga escala, potencial desafio de longo prazo aos EUA.

Líderes estrangeiros presentes

Além de Putin e Kim, compareceram dirigentes de Irã, Armênia, Azerbaijão, Belarus, Camboja, Cuba, Indonésia, Malásia, Paquistão, Sérvia, Eslováquia e Vietnã, além de autoridades de Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão. O Brasil foi representado pela ex-presidente Dilma Rousseff, hoje à frente do Banco do Brics, e pelo assessor especial Celso Amorim.

Resposta do Kremlin

De Pequim, o assessor do Kremlin Yuri Ushakov rebateu a publicação de Trump. “Ninguém tramou conspiração alguma”, afirmou à emissora pública russa, classificando as declarações do ex-presidente como “sarcasmo”.

Ushakov acrescentou que “a nenhum dos três líderes passou pela cabeça” conspirar contra Washington e disse que Moscou tem plena consciência do papel dos EUA e de Trump no cenário internacional.

O desfile também serviu como vitrine do projeto de Xi de apresentar o Exército de Libertação Popular como força militar de classe mundial, capaz de rivalizar e, futuramente, superar os Estados Unidos.

Com informações de Gazeta do Povo