WASHINGTON – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou nesta semana um informe confidencial ao Congresso declarando que o país está engajado em um “conflito armado formal” contra cartéis de drogas, agora classificados pela Casa Branca como organizações terroristas.
De acordo com o documento obtido pelo The New York Times e pela Associated Press, suspeitos de envolvimento com o narcotráfico passarão a ser tratados como “combatentes ilegais”. A nova designação serve de base jurídica para operações militares já em curso no Caribe, principalmente contra embarcações oriundas da Venezuela.
No aviso aos parlamentares, o governo afirma que, “com base nos efeitos cumulativos de atos hostis contra cidadãos e interesses dos EUA e de nações parceiras”, o presidente determinou a existência de um conflito armado não internacional com os cartéis listados como terroristas.
A estratégia sustenta ações que o país vem executando em alto-mar. No mês passado, as Forças Armadas norte-americanas realizaram três ataques a embarcações em águas internacionais; pelo menos duas tinham origem venezuelana e eram suspeitas de tráfico de drogas. Washington argumentou que as ofensivas ocorreram em “autodefesa”.
Como parte da operação, foram deslocados para o Caribe ao menos oito navios de guerra, um submarino de ataque com propulsão nuclear e mais de 4.500 militares. A escalada aumenta a tensão com Caracas: o governo Trump acusa o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de comandar o chamado Cartel dos Sóis, apontado pelos EUA como organização terrorista ligada ao narcotráfico, acusação rejeitada pelo regime venezuelano.
O informe foi remetido ao Capitólio poucos dias após a equipe de segurança nacional norte-americana ampliar o uso do termo “terrorismo” para se referir ao narcotráfico internacional, passo que abre caminho para prisões ou neutralização de suspeitos fora do território dos Estados Unidos.
Com informações de Gazeta do Povo
