O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou nesta quarta-feira, 12 de novembro de 2025, uma carta ao presidente de Israel, Isaac Herzog, solicitando que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu seja agraciado com um indulto presidencial.
No documento, Trump afirma que ele e Netanyahu “acabam de garantir a paz que se busca há pelo menos 3 mil anos”, em referência ao cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamas que completou um mês na segunda-feira (10). O líder norte-americano sustenta que, diante desse “sucesso sem precedentes” e da “contenção do Hamas”, é hora de permitir que “Bibi una Israel”, encerrando o que chama de “guerra jurídica”. Trump diz respeitar a independência do Judiciário israelense, mas considera o processo por corrupção contra Netanyahu “político e injustificado”.
Segundo o jornal The Times of Israel, o gabinete de Herzog respondeu que qualquer pedido de perdão deve seguir os trâmites formais estabelecidos — etapa que, até o momento, não foi iniciada por Netanyahu.
Reações internas
O líder da oposição, Yair Lapid, lembrou que a lei israelense exige dois requisitos para a concessão de indulto: admissão de culpa e expressão de remorso. Netanyahu continua declarando inocência.
Em junho, Trump já havia classificado o julgamento do premiê como “caça às bruxas” e pediu publicamente, em redes sociais, o cancelamento do processo.
Acusações contra o primeiro-ministro
O primeiro-ministro responde, desde 2020, a três processos por corrupção:
- Presentes de luxo: entre 2007 e 2016, teria recebido charutos, champanhe e outros itens de alto valor do empresário Arnon Milchan em troca de favores comerciais e auxílio na obtenção de vistos.
- Yedioth Ahronoth: é acusado de negociar com o editor Arnon Mozes uma cobertura favorável ao governo e desfavorável a adversários, prometendo, em contrapartida, leis que restringiriam um jornal concorrente.
- Bezeq/Walla: promotores alegam que o empresário Shaul Elovitch ajustou a cobertura do portal Walla aos interesses de Netanyahu e de sua família, entre 2012 e 2017, em troca de benefícios regulatórios para o grupo de telecomunicações Bezeq.
Netanyahu permanece no cargo enquanto o julgamento, iniciado há cinco anos, segue sem previsão de conclusão.
Com informações de Gazeta do Povo