O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou na noite desta quinta-feira (25) que forças norte-americanas conduziram ataques aéreos contra militantes do Estado Islâmico (EI) no estado de Sokoto, noroeste da Nigéria.
Segundo Trump, a operação foi desencadeada em resposta ao que classificou como “assassinato brutal de cristãos inocentes” na região. Em publicação na rede Truth Social, o republicano afirmou que, “sob minhas ordens como comandante das Forças Armadas, os Estados Unidos lançaram um ataque poderoso e mortal contra a escória terrorista do EI no noroeste da Nigéria”. Ele acrescentou que a perseguição aos cristãos alcançou “níveis não vistos há séculos”.
O mandatário, que passa o feriado de Natal em seu clube Mar-a-Lago, na Flórida, elogiou a ação do Departamento de Defesa e descreveu os bombardeios como “perfeitos”. Trump reafirmou a promessa de que o “terrorismo islâmico radical” não prosperará enquanto estiver no cargo.
Pressão diplomática e colaboração militar
A intervenção ocorre após meses de tensão entre Washington e Abuja. Em outubro, Trump já havia alertado que o cristianismo enfrentava uma “ameaça existencial” na Nigéria e ameaçou intervir caso o governo local não contivesse a violência. Como forma de pressão, a Casa Branca suspendeu assistência ao país africano.
De acordo com autoridades americanas, os bombardeios foram executados com anuência do governo nigeriano e sucederam voos de reconhecimento iniciados em novembro. Apesar da cooperação, há divergências de narrativa. O presidente da Nigéria, Bola Tinubu, sustenta que grupos armados atacam tanto muçulmanos quanto cristãos.
Violência contínua
No mesmo dia dos ataques dos EUA, um atentado suicida contra uma mesquita em Maiduguri deixou cinco mortos e 35 feridos, evidenciando a complexidade do conflito religioso e étnico no país mais populoso da África.
A Nigéria sofre investidas do grupo jihadista Boko Haram desde 2009. A violência se intensificou a partir de 2016, com a emergência do Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP), facção dissidente que hoje mantém presença ativa no norte e no noroeste nigerianos.
Com os bombardeios desta quinta-feira, os Estados Unidos sinalizam disposição para atuar de forma unilateral ou coordenada a fim de proteger minorias religiosas no território nigeriano.
Com informações de Gazeta do Povo