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Facção venezuelana Tren de Aragua se infiltra do Brasil à Europa e acende alerta internacional

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Brasília – Originária da prisão de Tocorón, na Venezuela, a facção criminosa Tren de Aragua deixou de ser um problema doméstico e passou a atuar em vários continentes, explorando a diáspora venezuelana para ampliar sequestros, extorsões e tráfico de pessoas.

Da cadeia à expansão regional

O grupo nasceu como uma gangue interna em Tocorón. A crise migratória venezuelana forneceu mão de obra e vítimas, permitindo que a facção atravessasse fronteiras. Em 2023, uma ofensiva do governo Nicolás Maduro contra a prisão desarticulou a liderança central, mas, na prática, descentralizou o comando e deu autonomia às células já fora do país.

Chile: base mais estruturada

Segundo autoridades locais, o Chile abriga hoje a maior operação do Tren de Aragua fora da Venezuela. Integrantes entraram por cidades fronteiriças, instalaram-se em Santiago e passaram a controlar sequestros, extorsões, tráfico de drogas e pessoas. O assassinato de um militar venezuelano refugiado, em 2024, ligou o grupo diretamente a ordens supostamente emitidas por Caracas.

Presença crescente no Brasil

Células já foram detectadas em Roraima, Amazonas, São Paulo e Rio de Janeiro. A facção cobra “pedágio” de migrantes, pratica extorsão e articula o tráfico de drogas e armas em conjunto com o Primeiro Comando da Capital (PCC), sobretudo na fronteira norte.

Avanço nos Estados Unidos

Agências de segurança americanas identificaram núcleos do Tren de Aragua em Nova York, Texas e Flórida. As atividades se concentram em extorsão de conterrâneos e exploração sexual de mulheres venezuelanas que atravessaram a fronteira.

Primeira célula desmantelada na Europa

Na Espanha, a polícia desmontou em 2025 a operação inaugural do grupo no continente. A célula, com ações em Barcelona, Madri e Málaga, mantinha redes de tráfico sexual, extorsão e distribuição de cocaína.

Portfólio criminal diversificado

O Tren de Aragua se vale de vacuna — esquema de extorsão sistemática —, sequestros relâmpago, homicídios por encomenda, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e corrupção de agentes públicos. A atuação mira principalmente migrantes vulneráveis, convertendo a crise humanitária venezuelana em fonte constante de lucro ilegal.

Até o momento, forças de segurança de distintos países cooperam para rastrear e desarticular as ramificações do grupo, mas a mobilidade das células e o recrutamento de criminosos locais dificultam o avanço das investigações.

Com informações de Gazeta do Povo