A Agência Sueca de Transporte informou que sinais emitidos a partir de território russo comprometeram a navegação por GPS de 122.607 voos entre janeiro e abril de 2025. O dado consta de um relatório elaborado pela Suécia em conjunto com Polônia, Estônia, Letônia, Lituânia e Finlândia, ao qual a emissora pública sueca SVT teve acesso.
Segundo o documento, em algumas regiões do Mar Báltico mais de 40% das aeronaves registraram falhas de posicionamento. No total, 365 companhias aéreas relataram problemas, que variaram de perda temporária do sinal a recepção de coordenadas falsas.
Os países envolvidos identificaram dois tipos de ação: jamming (bloqueio do sinal) e spoofing (emissão de sinais GNSS falsos). A prática provoca desde leituras erradas de localização até pane em sistemas de bordo responsáveis por conduzir o voo ao destino.
De acordo com a agência sueca, apenas no espaço aéreo do país já foram registrados 733 episódios de interferência em 2025. Para efeito de comparação, foram contabilizados 55 casos em todo o ano de 2023 e 495 em 2024.
Medições realizadas pelos órgãos de aviação civil localizaram possíveis emissores em Kaliningrado, São Petersburgo, Smolensk e Rostov, todas áreas sob jurisdição russa. “Podemos afirmar, e temos provas, de que as perturbações se originam em território russo”, declarou Andreas Holmgren, chefe de unidade da Agência Sueca de Transporte, à SVT.

Imagem: Agência Efe
Holmgren classificou a situação como grave e ressaltou o aumento constante das ocorrências. “É preocupante que um sistema global, usado por muitos setores da sociedade, seja perturbado deliberadamente”, disse.
Os seis países enviaram queixa formal à Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), solicitando que Moscou “cumpra suas obrigações internacionais e garanta que as interferências cessem imediatamente”. Até o momento, o governo russo não se pronunciou sobre as acusações.
Com informações de Gazeta do Povo