WASHINGTON – Na 14ª tentativa de aprovar um orçamento, o Senado dos Estados Unidos voltou a fracassar nesta terça-feira (4), prolongando a paralisação parcial do governo federal iniciada em 1º de outubro. Sem nova votação prevista para hoje, o chamado shutdown deve se tornar o mais longo da história norte-americana após as 21h (horário da Costa Leste; 23h em Brasília), superando o recorde anterior de 34 dias e 21 horas registrado entre 2018 e 2019.
A proposta apresentada pelos republicanos obteve 54 votos favoráveis e 44 contrários. Embora controlem 53 das 100 cadeiras, os governistas precisam de 60 votos para avançar qualquer projeto por causa da regra do filibuster. O presidente Donald Trump voltou a defender o fim do dispositivo, mas parte dos próprios senadores republicanos resiste à mudança.
No centro do impasse está a exigência democrata de que o novo pacote de financiamento inclua a extensão dos subsídios do Obamacare para famílias de baixa renda. Os republicanos só aceitam discutir o tema após a reabertura completa do governo e propõem, por enquanto, uma lei de financiamento provisória.
Com a paralisação, apenas serviços essenciais permanecem em funcionamento. O secretário de Transportes, Sean Duffy, advertiu que a escassez de pessoal pode levar ao fechamento de “certas zonas do espaço aéreo” se o bloqueio se estender. “Haverá atrasos e cancelamentos maciços de voos”, disse, em entrevista coletiva.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, classificou como “ridículo” o ponto a que chegou a crise e apelou para que os democratas “reabram o governo federal” antes do pico de viagens do Dia de Ação de Graças, no fim do mês. “Queremos retomar as viagens da forma mais segura e eficiente possível”, afirmou.
A ausência de acordo mantém milhares de servidores públicos sem pagamento e ameaça ampliar transtornos em diversos serviços, enquanto congressistas seguem sem consenso sobre o próximo passo para encerrar o shutdown.
Com informações de Gazeta do Povo