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Segurança domina debate e candidatos se unem contra esquerda na eleição presidencial chilena

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SANTIAGO – O Chile realiza neste domingo, 16 de novembro, o primeiro turno da eleição presidencial sob forte preocupação com a segurança pública. O tema, apontado como prioritário pela maioria dos eleitores, provocou um cenário em que nomes de centro-direita à direita concentram críticas contra a candidata governista, Jeannette Jara, apadrinhada pelo presidente Gabriel Boric.

Dados oficiais do governo mostram que a taxa de homicídios atingiu 6 por 100 mil habitantes em 2024. Embora inferior aos 6,3 registrados em 2023 e aos 6,7 de 2022, o índice continua acima dos 4,6 de 2021, ano anterior à posse de Boric. Mesmo distantes das estatísticas de vizinhos como Brasil (19 por 100 mil), Colômbia (25) e Equador (46), os números alimentam a sensação de insegurança, intensificada pela presença do crime organizado transnacional.

Reportagem do jornal espanhol El País aponta que o grupo venezuelano Tren de Aragua já opera em 14 das 16 regiões chilenas, impulsionando casos de homicídio, sequestro, extorsão e tráfico humano.

Candidatos prometem “mão dura”

Líder das pesquisas, Jeannette Jara enfrenta dificuldades nas simulações de segundo turno, que indicam vantagem de concorrentes de direita.

Entre eles, o direitista José Antonio Kast, em sua terceira tentativa de chegar ao Palácio de La Moneda, propõe o programa Escudo Fronteiriço, com ações terrestres, marítimas, aéreas, espaciais e de cibersegurança para conter a imigração ilegal. Em debate realizado na segunda-feira, 10, Kast acusou a esquerda de não ter “resposta concreta” contra o crime organizado.

A conservadora Evelyn Matthei afirmou no mesmo encontro que o Tren de Aragua representa “risco brutal” ao país e defendeu um ministro da Segurança capaz de “colocá-los na cadeia ou no cemitério”.

O economista Franco Parisi prometeu “bala ou prisão” para criminosos e anunciou reforço à Lei Antiterrorismo caso seja eleito.

Já o libertário Johannes Kaiser discursou por “mão firme” contra o crime e “economia livre”. Em entrevista ao podcast Cómo te lo Explico, declarou que pretende libertar policiais condenados por ações durante os protestos de 2019, incluindo o ex-policial Patricio Maturana, sentenciado a mais de 12 anos de prisão pelo disparo de uma granada de gás lacrimogêneo que cegou a senadora Fabiola Campillai. “A esquerda libertou seus delinquentes. Vou devolver a liberdade aos nossos fardados”, disse.

A votação de domingo definirá quais candidatos avançam ao segundo turno, marcado para dezembro, caso nenhum deles alcance maioria absoluta.

Com informações de Gazeta do Povo