O ex-presidente da França Nicolas Sarkozy começou a cumprir nesta terça-feira, 21 de outubro de 2025, a pena de cinco anos de prisão imposta pela Justiça por financiamento ilegal da campanha eleitoral de 2007 com recursos do regime líbio de Muammar Gaddafi.
Sarkozy chegou à penitenciária de La Santé, no bairro de Montparnasse, 14º distrito de Paris, às 9h39 (4h39 em Brasília), escoltado por carro oficial e sob forte esquema de segurança.
Isolamento total
A administração penitenciária determinou que o ex-presidente permaneça em isolamento integral, em uma ala separada dos demais detentos, para evitar qualquer contato que possa gerar incidentes. Ele será acompanhado por um agente em todos os deslocamentos internos.
Estrutura da cela
As celas de La Santé têm cerca de 10 m² e incluem cama, pequena mesa, chuveiro, vaso sanitário e telefone com números pré-programados. Sarkozy poderá utilizar uma área de exercícios, frequentar biblioteca, academia e cantina — onde é possível comprar alimentos. O aluguel de uma televisão custa 14 euros mensais e o de uma geladeira, 7 euros. Três visitas por semana estão autorizadas.
Itens pessoais
Segundo o advogado Jean-Michel Darrois, o ex-presidente levou tampões de ouvido, devido ao ruído noturno, e diversos suéteres por causa do frio nas celas. Entre os livros que o acompanham estão uma biografia de Jesus e “O Conde de Monte Cristo”, de Alexandre Dumas; Sarkozy pretende aproveitar o período para escrever um novo livro.
O presídio
Inaugurada em 1867 e reformada em 2019, La Santé é a última prisão em funcionamento dentro dos limites de Paris. O local já abrigou nomes como o poeta Guillaume Apollinaire, o colaborador nazista Maurice Papon e o terrorista conhecido como Carlos, o Chacal. O presídio, que foi palco de pelo menos 40 execuções até 1972, mantém hoje mais de 1,1 mil detentos, quase o dobro de sua capacidade oficial.
Possibilidade de libertação antecipada
Embora aguarde o julgamento do recurso em segunda instância, Sarkozy cumpre a pena de forma provisória. Especialistas em direito penal, como o professor Jean-Paul Céré, avaliam que ele pode deixar a prisão antes do término dos cinco anos caso a Justiça considere baixo o risco de fuga, reincidência ou pressão sobre testemunhas.
Com informações de Gazeta do Povo