Em visita a um hospital militar em Moscou nesta quarta-feira (29), o presidente russo Vladimir Putin anunciou a realização de um novo teste do Poseidon, veículo subaquático não tripulado com capacidade nuclear descrito pelo Kremlin como um híbrido de torpedo e drone.
Segundo Putin, o ensaio ocorreu na terça-feira (28) e demonstrou um poder de destruição superior ao do míssil balístico intercontinental Sarmat, capaz de transportar de 10 a 15 ogivas nucleares. O líder russo afirmou que, pela velocidade e pela profundidade em que opera, o Poseidon “não tem análogos no mundo” e seria “imparável”.
Alcance e características
Dados divulgados pela agência Reuters indicam que o supertorpedo pode percorrer até 10 mil quilômetros a aproximadamente 185 km/h. De acordo com a mídia estatal russa, o equipamento mede 20 metros de comprimento, 1,8 metro de diâmetro e pesa cerca de 100 toneladas.
A publicação europeia Modern Diplomacy informou que a ogiva principal possui potência estimada em até 2 megatons ou mais — para comparação, a bomba lançada sobre Hiroshima em 1945 tinha cerca de 0,015 megaton. O objetivo, conforme veículos estatais russos, seria detonar próximo à costa de um alvo inimigo e provocar um tsunami radioativo capaz de contaminar extensas áreas costeiras por décadas, atingindo centros urbanos e econômicos como Nova York ou Los Angeles.
Série de testes
O ensaio do Poseidon ocorreu uma semana após o teste, em 21 de outubro, do míssil de cruzeiro Burevestnik, também de propulsão nuclear. Em reação, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu que Moscou interrompa os lançamentos e negocie um cessar-fogo na Ucrânia. “Vocês devem acabar com a guerra. A guerra que deveria ter durado uma semana já está no quarto ano”, declarou Trump no início desta semana.
Até o momento, o Kremlin não informou detalhes adicionais sobre o cronograma de novos testes ou sobre eventual entrada em serviço operacional do Poseidon.
Com informações de Gazeta do Povo
