Empresas russas estão recorrendo a trocas diretas de mercadorias para manter o comércio externo e contornar as sanções impostas pelos Estados Unidos e por países europeus desde a invasão da Ucrânia, em 2022, informou a agência Reuters.
De acordo com a reportagem, o escambo reapareceu em transações que substituem pagamentos internacionais por permutas de produtos. Entre os exemplos identificados, trigo russo foi trocado por carros chineses, enquanto sementes de linho renderam material de construção.
Guia oficial incentiva permutas
Em 2024, o Ministério da Economia da Rússia elaborou um manual de 14 páginas intitulado “Guia para Transações de Escambo no Exterior”. O documento orienta empresas a conduzir negócios sem passar pelos canais financeiros monitorados por potências ocidentais, ressaltando que “as transações de escambo no comércio exterior permitem a troca de bens e serviços com empresas estrangeiras sem a necessidade de processamentos internacionais”.
Dificuldade de rastreamento
Barter deals são considerados de rastreamento complexo. Ainda assim, no mês passado a Reuters descobriu que a chinesa Hainan Longpan Oilfield Technology negociava aço e ligas de alumínio em troca de motores marítimos com Moscou. A agência localizou ainda outras oito operações similares usando dados alfandegários, declarações públicas e fontes do setor.
O aumento dessas transações envolve principalmente parceiros como China e Índia, cujos governos mantêm relações comerciais estreitas com o Kremlin, apesar das restrições financeiras impostas pelo Ocidente.
Desde que as sanções entraram em vigor, bancos e empresas russas enfrentam obstáculos para acessar sistemas de pagamento internacionais, o que impulsionou a busca por mecanismos alternativos. O retorno ao escambo surge como uma solução pragmática para manter o fluxo de bens essenciais e equipamentos industriais.
Com informações de Gazeta do Povo