Moscou, 1º de dezembro de 2025 – O governo russo condenou nesta segunda-feira declarações do almirante italiano Giuseppe Cavo Dragone, presidente do Comitê Militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que afirmou que a aliança estuda a realização de um ataque preventivo contra a Rússia.
Em entrevista publicada no domingo (30) pelo jornal britânico Financial Times, Dragone afirmou que a Otan avalia adotar uma postura “mais agressiva ou proativa” no campo da cibersegurança em vez de permanecer “reativa”. Segundo ele, um ataque preventivo poderia ser classificado como ação defensiva, embora admitisse se tratar de algo “muito distante” do modo usual de atuação da aliança.
A resposta veio da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova. Em nota, ela classificou a declaração como “extremamente irresponsável” e acusou a Otan de buscar a continuidade da escalada do conflito. “Vemos nisso uma tentativa deliberada de minar os esforços para superar a crise ucraniana”, afirmou, referindo-se às negociações de cessar-fogo propostas pelos Estados Unidos em novembro a Moscou e Kiev, em guerra desde fevereiro de 2022.
Zakharova advertiu ainda que “as pessoas que fazem tais declarações devem estar cientes dos riscos e das possíveis consequências, inclusive para os próprios membros da aliança”.
Nos últimos meses, a Otan enviou caças para áreas de fronteira após a identificação de drones russos no espaço aéreo de países membros, como Polônia e Romênia, medida inserida no aumento dos investimentos em segurança diante do temor de uma ofensiva do Kremlin.
Com informações de Gazeta do Povo