O Ministério da Justiça da Rússia classificou a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) como organização “indesejável”, medida que proíbe qualquer atividade do grupo no território russo.
A decisão foi tomada em 27 de junho, mas só passou a constar no site oficial da pasta nesta quinta-feira, 14 de agosto de 2025. O jornal The Moscow Times informou que o governo não apresentou justificativa para a inclusão da ONG na lista, que já reúne cerca de 250 entidades.
Pela legislação russa, pessoas ligadas a organizações consideradas indesejáveis podem ser condenadas a até quatro anos de prisão; dirigentes dessas entidades estão sujeitos a penas de até seis anos.
Reação da RSF
Em comunicado, o diretor-geral da ONG, Thibaut Bruttin, afirmou que a medida “faz parte da cruzada do Kremlin para silenciar vozes que denunciam censura e propaganda”. Segundo ele, entrar na relação de organizações banidas “é, de certa forma, uma honra”, pois demonstra reconhecimento ao trabalho da RSF.
Imagem: VYACHESLAV PROKOFYEV via gazetadopovo.com.br
Bruttin citou duas iniciativas da entidade: a assistência a jornalistas perseguidos que deixaram a Rússia — entre eles Ekaterina Barabash, que poderia pegar até dez anos de prisão por criticar o Exército — e o projeto Svoboda, que transmite informações independentes via satélite para cerca de 4,5 milhões de domicílios russos e 800 mil nas regiões ocupadas da Ucrânia.
Com informações de Gazeta do Povo
