Moscou criticou nesta quinta-feira (27) o plano do Japão de posicionar um sistema de mísseis na ilha de Yonaguni, a pouco mais de 100 quilômetros de Taiwan, e afirmou que “se reserva o direito” de adotar uma resposta severa caso a iniciativa avance.
Em nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores e citada pela agência Reuters, o governo russo acusou Tóquio de agir sob influência dos Estados Unidos e de “militarizar” o extremo sul do arquipélago, contribuindo para elevar as tensões no Indo-Pacífico.
Alinhamento com Pequim
A manifestação russa ocorre um dia após a China emitir advertência semelhante. Segundo a agência Anadolu, que reproduziu matéria do jornal estatal chinês Global Times, o Escritório de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado classificou a instalação dos mísseis como “extremamente perigosa”. O porta-voz Peng Qingen afirmou que a medida cria deliberadamente um ambiente de confronto e fere o espírito da constituição pacifista japonesa.
Pequim também fez referência à Proclamação de Potsdam de 1945 para condenar qualquer expansão de capacidade militar ofensiva pelo Japão e reiterou que vê Taiwan como parte de seu território.
Avanço japonês
O ministro da Defesa japonês, Shinjiro Koizumi, declarou recentemente que os preparativos para a instalação da unidade de mísseis em Yonaguni “avançam de forma constante”, segundo a Bloomberg. A ilha é a porção habitada mais ocidental do Japão e fica estrategicamente posicionada diante da costa leste taiwanesa.
Crescente tensão bilateral
A disputa se intensificou após a primeira-ministra Sanae Takaichi sugerir, no início de novembro, que um eventual ataque chinês a Taiwan poderia representar “uma ameaça à sobrevivência do Japão”, argumento que abriria caminho para o uso do direito de autodefesa coletiva previsto na legislação japonesa. Pequim reagiu anunciando o cancelamento de pacotes turísticos para o país e endurecendo barreiras comerciais.
Até o momento, Tóquio não indicou recuo no projeto de defesa em Yonaguni, enquanto Rússia e China mantém a pressão diplomática contra a iniciativa japonesa.
Com informações de Gazeta do Povo