LA PAZ (19.out.2025) – O senador de centro-direita Rodrigo Paz Pereira, 58 anos, foi eleito presidente da Bolívia ao conquistar 54,57% dos votos no segundo turno, superando o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga, que obteve 45,43%. Os dados são do Sistema de Transmissão de Resultados Preliminares (Sirepre), com 97,68% das urnas apuradas.
A vitória põe fim a quase duas décadas de governos alinhados à esquerda, iniciadas em 2006 com Evo Morales e continuadas por Luis Arce, cujo mandato se encerra em 8 de novembro – data em que Paz tomará posse.
Filho de ex-presidente e trajetória pública
Nascido em 1967, em Santiago de Compostela, Espanha – onde seus pais estavam exilados –, Paz é filho do ex-mandatário Jaime Paz Zamora (1989-1993) e da espanhola Carmen Pereira. Economista e especialista em relações internacionais, atuou como deputado, vereador, prefeito de Tarija (2015-2020) e, desde 2020, senador pelo Partido Democrata Cristão (PDC).
Campanha baseada em “capitalismo para todos”
O novo presidente centrou sua campanha no slogan “Capitalismo para Todos”, prometendo crédito barato para pequenos negócios, redução de impostos, incentivo à importação de tecnologia e destinação de metade do orçamento nacional diretamente às nove regiões do país. Entre as propostas está ainda a regularização de veículos sem documentação, com a garantia de devolver ao exterior automóveis comprovadamente roubados.
Paz também afirmou que não recorrerá a empréstimos internacionais, declarando que “a Bolívia não será escrava de nenhum banco”, e prometeu normalizar o abastecimento de combustíveis até o dia da posse.
Resultado surpreende pesquisas
Nas eleições de 17 de agosto, Paz terminou o primeiro turno em primeiro lugar, contrariando pesquisas que o apontavam como candidato com pouca projeção. O cenário se repetiu no segundo turno, quando levantamentos indicavam vantagem para Quiroga.
Desafios econômicos imediatos
Em discurso na sede de campanha em La Paz, Paz agradeceu o reconhecimento de Quiroga e declarou que “hoje vence a Bolívia, vence a democracia”. Ele assume um país com escassez de dólares, falta de combustível e alta nos preços de commodities – fatores que devem marcar o início de seu governo.
O vice-presidente eleito, Edman Lara, ex-policial de 39 anos, celebrou o resultado em Santa Cruz afirmando que “é momento de fraternidade e reconciliação”.
Com informações de Gazeta do Povo