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Renúncia relâmpago de Sébastien Lecornu aprofunda instabilidade política na França

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Paris – O primeiro-ministro da França, Sébastien Lecornu, entregou seu pedido de demissão ao presidente Emmanuel Macron na manhã desta segunda-feira, 6 de outubro de 2025, menos de um mês depois de ter assumido o cargo.

Em comunicado sucinto, o Palácio do Eliseu informou que Macron aceitou a renúncia, abrindo caminho para possíveis cenários, entre eles a convocação de eleições legislativas antecipadas. A decisão foi anunciada poucas horas após a divulgação oficial da composição do novo gabinete, concluída na noite de domingo.

Governo durou 27 dias

Lecornu havia sido nomeado em 9 de setembro, um dia depois da queda de seu antecessor, François Bayrou, durante uma moção de confiança. A saída repentina expõe a fragilidade da base de apoio do governo, que já não contava com maioria parlamentar.

Pressão dos conservadores

O estopim para a demissão foi o descontentamento do partido conservador Les Républicains. Seu líder, Bruno Retailleau, criticou a distribuição de pastas no gabinete e convocou, para esta manhã, uma reunião interna que poderia selar a retirada do partido da coalizão. Sem o apoio dos conservadores, o governo ficaria inviável.

Agenda oficial suspensa

Diante da crise, ministros cancelaram compromissos desta segunda-feira, inclusive o titular da Justiça, Gérald Darmanin, que estava fora de Paris. A administração aguarda a definição de próximos passos no Parlamento.

Oposição pede novas eleições

Na oposição, o presidente do Reagrupamento Nacional (RN), Jordan Bardella, defendeu a dissolução imediata da Assembleia Nacional. “Não há estabilidade possível sem retorno às urnas”, declarou ao chegar à sede de seu partido. Mathilde Panot, líder da bancada da França Insubmissa, escreveu nas redes sociais que “o cronômetro começou a correr” e pressionou pela saída de Macron, lembrando que o país perdeu “três primeiros-ministros em menos de um ano”.

Com a renúncia de Lecornu, a França entra em nova fase de incerteza política, enquanto o presidente avalia opções para recompor o governo ou recorrer ao eleitorado.

Com informações de Gazeta do Povo