Brasília, 17 dez. 2025 – O vereador brasileiro Mauricio Galante, representante do Partido Republicano em Arlington, Texas, afirmou que a exclusão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e de sua esposa, Viviane Barci de Moraes, da lista de sanções globais da Lei Magnitsky foi resultado de uma negociação sigilosa conduzida pelo governo dos Estados Unidos.
A retirada dos nomes, anunciada na semana passada pelo Departamento do Tesouro, ocorreu sem a publicação de uma nova ordem oficial, segundo Galante. “Nem mesmo nos Estados Unidos foi publicada a revogação da sanção; o nome simplesmente desapareceu da relação da Ofac”, disse o parlamentar em entrevista ao programa “Café com a Gazeta do Povo”.
Para o vereador, a medida tem caráter possivelmente temporário e serviria para “aproximar o Brasil da estratégia regional” defendida pelo ex-presidente Donald Trump, que busca reduzir a influência chinesa na América do Sul e Central. Galante mencionou a nova Estratégia de Segurança Nacional dos EUA, divulgada no início de dezembro, que prioriza a estabilização do hemisfério ocidental.
Interesses minerais em Goiás
Galante levantou a hipótese de que a decisão dos EUA possa estar ligada a uma mina de metais raros em Goiás. O local, segundo ele, sempre contou com participação de empresas americanas, australianas e britânicas, e deixou de enviar material à China para exportar aos Estados Unidos. “O documento da Ofac aponta que a remoção foi por interesse nacional americano”, afirmou.
O vereador ressaltou que a China controla cerca de 90% do refino mundial de terras raras, enquanto o Brasil detém aproximadamente 20% das reservas desses minerais. “Esse é o ouro do século”, destacou.
Pressão sobre o Judiciário brasileiro
Ainda de acordo com Galante, parlamentares republicanos acreditavam que as sanções impostas em julho forçariam mudanças no comportamento do Judiciário brasileiro. Ele observou, contudo, que Moraes continuou adotando decisões consideradas violadoras de direitos humanos, citando a condenação do ex-assessor presidencial Filipe Martins em 16 de dezembro.
Galante criticou a ausência de um plano estratégico por parte do governo brasileiro para negociar recursos naturais e disse que qualquer acordo envolvendo ativos minerais ou logísticos deveria passar pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.
O vereador concluiu que a exclusão de Moraes da lista Magnitsky funcionou como “moeda de troca” para aproximar Brasília dos objetivos norte-americanos no continente, mas reiterou que a suspensão das sanções pode ser apenas provisória.
Com informações de Gazeta do Povo