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Regime Assad transferiu milhares de cadáveres para vala no deserto para ocultar execuções, diz Reuters

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Uma investigação da agência Reuters revelou que o governo do ex-ditador sírio Bashar al-Assad promoveu, entre 2019 e 2021, uma operação secreta para remover milhares de corpos de uma vala comum próxima a Damasco e transportá-los para um local isolado no deserto.

Batizada de “Mover Terra”, a ação deslocou os restos mortais enterrados em Qutayfah, nos arredores da capital síria, para outra vala situada perto da cidade de Dhumair, a pouco mais de uma hora de distância. O objetivo, segundo 13 pessoas com conhecimento direto do plano, era eliminar evidências de execuções e mortes em prisões do regime.

A Reuters analisou documentos oficiais, ouviu integrantes envolvidos na operação e examinou centenas de imagens de satélite que mostram a movimentação entre os dois pontos. O local de destino, em Dhumair, contém ao menos 34 trincheiras distribuídas por cerca de dois quilômetros, configuração que a torna uma das maiores valas comuns abertas durante a guerra civil iniciada em 2011.

Soldados capturados e prisioneiros que morreram em cárceres e hospitais militares vinham sendo sepultados em Qutayfah desde 2012. Embora o número exato de corpos transferidos não tenha sido informado, a agência apurou que dezenas de milhares de vítimas estão agora enterradas em Dhumair. Entidades de direitos humanos da Síria estimam que mais de 160 mil pessoas que desapareceram durante o governo Assad podem ter sido enterradas em dezenas de valas comuns em todo o país.

Bashar al-Assad governou a Síria de 2000 a 2024. Ele deixou o poder em dezembro de 2024, após uma ofensiva-relâmpago de forças rebeldes, e se exilou na Rússia, encerrando mais de meio século de domínio da família Assad.

Com informações de Gazeta do Povo