Pelo menos quatro candidatos do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) morreram nas últimas semanas em meio à corrida eleitoral para o pleito municipal marcado para 14 de setembro no estado da Renânia do Norte-Vestfália, o mais populoso do país.
A polícia informou que, até o momento, não há indícios de crime. Ainda assim, as mortes motivaram a reimpressão de cédulas e a anulação dos votos já enviados pelo correio aos candidatos falecidos. Na Alemanha, o Briefwahl — votação por correspondência permitida desde 1957 — dá ao eleitor a possibilidade de solicitar nova cédula caso seu candidato seja retirado da disputa.
Mortes registradas
Os candidatos que perderam a vida são:
- Wolfgang Seitz, 59 anos, em Rheinberg;
- Wolfgang Klinger, 71 anos, em Schwerte;
- Stefan Berendes, 59 anos, em Bad Lippspringe;
- Ralph Klaus Norbert Lange, 66 anos, em Blomberg.
Segundo a imprensa alemã, parte dos óbitos foi atribuída a problemas de saúde pré-existentes, como ataque cardíaco e complicações clínicas.
Dois suplentes do partido também morreram no mesmo período. René Herford teria sofrido falência renal após doença hepática, enquanto Patrick Tietze, de acordo com relatos, cometeu suicídio.
Reação do partido
Kay Gottschalk, líder estadual da AfD, declarou ao jornal Politico que não há elementos que apontem para atentados contra os filiados. “O que temos até agora não sustenta essas suspeitas”, afirmou, acrescentando que a legenda ainda analisará os casos “sem entrar em teorias da conspiração” e respeitando as famílias.

Imagem: HANNIBAL HANSCHKE
Em sentido oposto, a copresidente nacional Alice Weidel alimentou especulações ao compartilhar, nas redes sociais, postagem do economista Stefan Homburg que classificava como “estatisticamente impossível” a morte de quatro candidatos da AfD durante o período eleitoral.
Cenário eleitoral
A Renânia do Norte-Vestfália tem cerca de 18 milhões de habitantes e, neste ciclo, 20 mil pessoas disputam cargos locais. Em 2022, a AfD obteve 5,4% dos votos na região. Nas eleições federais de fevereiro de 2025, o partido somou 16,8%, consolidando-se como a segunda maior força política do país. Pesquisas recentes indicam possibilidade de desempenho semelhante na votação estadual.
Até o momento, as autoridades mantêm a investigação das mortes apenas sob a ótica de causas naturais ou individuais, sem vínculo comprovado com violência política.
Com informações de Gazeta do Povo