Moscou, 17 de dezembro de 2025. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou que as forças russas estão preparadas para ampliar as operações militares na Ucrânia caso Kiev e seus aliados rejeitem as condições impostas por Moscou nas atuais negociações de paz.
A ameaça foi feita durante a reunião anual com a cúpula das Forças Armadas russas, segundo a agência estatal RIA Novosti. No encontro, Putin reiterou preferência por uma solução diplomática para o conflito iniciado com a invasão em larga escala da Ucrânia, em fevereiro de 2022, mas frisou que a meta russa será alcançada “por meios militares” se não houver, em suas palavras, “diálogo substancial”.
Exigências do Kremlin
O líder russo repetiu que a guerra só terminará com a eliminação das “causas fundamentais” do conflito, expressão usada para justificar exigências territoriais e de segurança. Entre elas, estão:
- Reconhecimento, pela Ucrânia, da anexação russa da Crimeia (2014) e das áreas ocupadas em quatro regiões do leste e do sul ucraniano;
- Retirada das tropas ucranianas de zonas ainda não totalmente dominadas pelo Exército russo;
- Renúncia formal de Kiev à entrada na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan);
- Proibição da presença de forças da Otan em território ucraniano, classificadas por Moscou como alvos legítimos.
Putin também mencionou o plano de criar e ampliar uma “zona de segurança” ao longo da fronteira, apontado como objetivo estratégico de Moscou. Segundo ele, caso as negociações fracassem, a Rússia buscará “libertar suas terras históricas”.
Resposta de Kiev
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, tem reiterado que a soberania e a integridade territorial do país não são negociáveis, rejeitando todas as demandas russas referentes a cessões de território ou limitações de política externa.
Até o momento, não há previsão de novo encontro entre as delegações para tratar das propostas apresentadas pelo Kremlin.
Com informações de Gazeta do Povo