Quem: Presidente russo Vladimir Putin
O quê: Disse ter sido surpreendido por sanções dos Estados Unidos às petroleiras estatais Rosneft e Lukoil
Quando: Quinta-feira, 27 de novembro de 2025
Onde: Coletiva de imprensa no Quirguistão, transmitida pela TV estatal russa
Por quê: Washington alega que as empresas financiam o esforço militar russo na guerra da Ucrânia
Putin critica medida após encontro diplomático
Durante a coletiva, Putin declarou que “nem entendeu o que estava acontecendo” quando o Departamento do Tesouro norte-americano comunicou, em 23 de outubro, a inclusão das duas maiores companhias de petróleo da Rússia na lista de sanções. O líder russo lembrou que a decisão ocorreu pouco depois de uma reunião em Nova York entre o chanceler Sergei Lavrov e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, à margem da Assembleia-Geral da ONU, ocasião que, segundo ele, não indicou qualquer atrito adicional.
O Kremlin acrescentou que Putin havia conversado recentemente com o enviado especial norte-americano Steve Witkoff, durante uma cúpula no Alasca, e que não recebeu sinalização de medidas punitivas contra o setor energético russo. “E então, pronto! São adotadas sanções que, sem dúvida, estão destruindo nossas relações”, declarou.
Motivos e alcance das penalidades
O governo dos Estados Unidos justificou as restrições citando a “falta de compromisso sério” de Moscou com um acordo de paz para encerrar a guerra na Ucrânia. Em comunicado, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que as exportações de petróleo são uma fonte essencial de financiamento da campanha militar russa. As sanções, que entraram em vigor há uma semana, miram especialmente as vendas para China e Índia, principais compradores do petróleo russo.
Analistas do Tesouro norte-americano estimam que a medida impactará diretamente a receita externa russa, já pressionada pela retração econômica. Segundo o Departamento do Tesouro, o objetivo é limitar a capacidade do Kremlin de sustentar o conflito.
Temas adicionais na coletiva
Putin também abordou questões territoriais relacionadas à Ucrânia, reiterando a intenção de discutir o reconhecimento internacional da soberania russa sobre Donbass e Crimeia. Ele sugeriu que Moscou poderia aceitar incluir, em eventual acordo com o Ocidente, garantias de que não atacará a Europa, se isso for exigido pelas potências ocidentais.
Até o momento, Washington não respondeu publicamente às declarações do presidente russo.
Com informações de Gazeta do Povo