23 de novembro de 2025 – A sucessão de protestos de rua e vitórias eleitorais nos últimos meses aponta para um fortalecimento de partidos e pautas de direita em vários continentes. Questões como segurança pública, crise econômica e políticas migratórias estão no centro das mobilizações que desafiam governos identificados com a esquerda ou centro-esquerda.
Europa registra pressão contra imigração
No Reino Unido, mais de 100 mil pessoas se reuniram em Londres, em setembro, contra a imigração ilegal, de acordo com estimativas da imprensa local. Manifestações semelhantes ocorreram em outras cidades britânicas e em países como Holanda e Alemanha, onde multidões exigiram mudanças nas regras de entrada de estrangeiros. Austrália e Japão também testemunharam atos com o mesmo foco.
América Latina reage a insegurança
Na Cidade do México, cerca de 17 mil jovens e adultos marcharam na semana passada para protestar contra violência, corrupção e a incapacidade do governo socialista de Claudia Sheinbaum de conter cartéis de drogas. Os confrontos deixaram 120 feridos e resultaram em 19 prisões. Entre as motivações está o assassinato do prefeito Carlos Manzo, apelidado de “Bukele do México”.
Outros países latino-americanos já registram avanços da direita nas urnas. Na Bolívia, Rodrigo Paz (centro-direita) venceu o segundo turno presidencial com 55% dos votos. Na Argentina, Javier Milei viu seu partido La Libertad Avanza obter 40,6% dos votos nas eleições legislativas, conquistando 64 cadeiras e vitória em 15 das 24 províncias.
No Chile, candidatos de direita somaram mais de 50% dos votos no primeiro turno da eleição presidencial, com José Antonio Kast agora favorito para a etapa final. No Equador, o governo de Daniel Noboa (centro-direita) intensificou parcerias de segurança com os Estados Unidos. No Paraguai, Santiago Peña adotou medidas mais rígidas contra o crime organizado na fronteira.
Preferência republicana cresce nos Estados Unidos
Pesquisa Washington Post/Ipsos indica que 44% dos entrevistados confiam mais no Partido Republicano para combater a criminalidade, ante 22% que preferem os democratas. Quanto à imigração, a vantagem republicana é de 42% a 29%, enquanto na economia o partido também lidera. O levantamento coincide com o envio recente da Guarda Nacional pelo presidente Donald Trump a Washington, ação citada pela prefeita democrata Muriel Bowser como responsável por queda de 45% nos crimes violentos nas primeiras semanas.
Especialista vê “saturação” de pautas progressistas
O analista James Jay Carafano, do site 19FortyFive, avalia que o crescimento de partidos conservadores decorre da percepção de que políticas progressistas não responderam a problemas práticos. Segundo ele, temas como segurança, economia e controle de fronteiras têm aproximado movimentos de direita em diferentes países.
Para Carafano, “o consenso progressista está se apagando”, enquanto a agenda conservadora surge como “alternativa credível” a eleitores frustrados com criminalidade, imigração permissiva e programas econômicos considerados ineficazes.
Com informações de Gazeta do Povo