Sobreviventes do atentado de 7 de outubro de 2023 e parentes dos sequestrados organizaram vigílias em todo o território israelense nesta segunda (6) e terça-feira (7), marcando o segundo aniversário do massacre que deixou cerca de 1.200 mortos e 48 pessoas ainda mantidas como reféns na Faixa de Gaza, das quais 20 estariam vivas.
As cerimônias ocorreram em cidades, kibutzim e no antigo local do festival de música Nova, próximo a Re’im, primeiro alvo dos terroristas naquela data. O evento reuniu milhares de participantes em memória das mais de 370 vítimas assassinadas no festival e em solidariedade às famílias que aguardam a libertação dos sequestrados.
Esperança em 20 pontos
O clima de luto divide espaço com a expectativa gerada pela proposta de 20 pontos apresentada no fim de setembro pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que inclui:
- retirada gradual das tropas israelenses de Gaza;
- troca de todos os reféns por centenas de prisioneiros palestinos;
- desarmamento do Hamas;
- criação de um governo de transição supervisionado por Trump e pelo ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair.
Diversos israelenses veem o plano como a “última chance” de rever familiares vivos, enquanto parte da população palestina no enclave o avalia como possibilidade de pôr fim à destruição provocada por anos de domínio do Hamas.
Negociações no Egito
Pelo segundo dia seguido, representantes de Israel, Hamas, Estados Unidos e países árabes se reúnem no Egito para discutir a proposta. Segundo o chanceler egípcio, Badr Abdelaty, o enviado especial da Casa Branca para o Oriente Médio, Steve Witkoff, deve participar das conversas “nas próximas horas”, com a presença do genro de Trump, Jared Kushner, a partir desta quarta-feira (8).
A etapa inicial debate a logística de uma trégua temporária que possibilite a libertação dos 48 reféns. Fontes egípcias e palestinas relataram à agência EFE que a rodada de diálogos, mediada por Egito, Catar e Turquia, “ocorreu em clima positivo” durante a madrugada.
Condições do Hamas
Em pronunciamento transmitido pela mídia do grupo nesta terça, o dirigente do Hamas Fawzi Barhoum afirmou que a organização “trabalha para eliminar todos os obstáculos” a um acordo, mas condiciona a adesão a pontos como:
- cessar-fogo permanente;
- retirada total das forças israelenses de Gaza;
- entrada irrestrita de ajuda humanitária;
- retorno dos deslocados às suas casas;
- reconstrução do enclave sob gestão de tecnocratas palestinos independentes.
Voz das famílias
O Fórum de Famílias dos Reféns reiterou apoio ao governo norte-americano. Em nota divulgada nesta terça, a entidade declarou: “Cada um deles deve voltar para casa. Os vivos necessitam de reabilitação e os mortos merecem ser enterrados em sua terra natal”.
No início da semana, o grupo enviou carta ao Comitê Norueguês do Nobel sugerindo Donald Trump ao Prêmio Nobel da Paz. O presidente norte-americano agradeceu a indicação e reafirmou seus dois objetivos: devolver todos os reféns às famílias e eliminar completamente o Hamas.
Com informações de Gazeta do Povo