Atlanta (EUA) – O Ministério Público da Geórgia decidiu, nesta quarta-feira (26), arquivar o processo que acusava o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e outros 18 réus de tentar alterar o resultado da eleição presidencial de 2020 no estado, vencida pelo democrata Joe Biden.
O promotor especial Peter Skandalakis afirmou que as disputas jurídicas — envolvendo questões constitucionais, imunidade, jurisdição, direito a julgamento rápido e acesso a registros federais — tornariam improvável levar o caso a júri antes de 2029. “Mesmo supondo que cada ponto fosse resolvido a favor do Estado, chegar a júri em 2029, 2030 ou 2031 seria uma façanha notável”, declarou, segundo a CNN.
Acusações originais
A denúncia inicial foi apresentada em agosto de 2023 pela então promotora do condado de Fulton, Fani Willis. Ela acusou Trump e outros 18 aliados de tentar influenciar o resultado eleitoral, baseando-se, entre outras evidências, em um telefonema de janeiro de 2021 no qual o então presidente pediu ao secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, que “encontrasse” votos suficientes para reverter a vitória de Biden.
Contestação da defesa e mudanças na promotoria
A defesa de Trump pediu a retirada de Willis do caso, alegando conduta imprópria devido a um relacionamento dela com o promotor assistente Nathan Wade. Em março de 2024, o juiz Scott McAfee permitiu que o processo prosseguisse apenas se um dos dois deixasse a ação; Wade se desligou no mesmo dia.
Em dezembro de 2024, o Tribunal de Apelações da Geórgia atendeu a um recurso dos réus e afastou Willis definitivamente, transferindo o caso para Skandalakis.
Custos e prazo inviáveis
Skandalakis disse ter cogitado separar o julgamento de Trump do dos demais acusados, possibilitando que o ex-presidente fosse julgado após um eventual segundo mandato, em janeiro de 2029. Ele descartou a ideia por considerá-la “ilógica, excessivamente onerosa e custosa” para o Estado e para o condado de Fulton.
“Em meu julgamento profissional, os cidadãos da Geórgia não se beneficiam se este caso for levado adiante por mais cinco a dez anos”, afirmou o promotor.
Acordos prévios
Antes do arquivamento, quatro dos 18 co-réus já haviam firmado acordos com a Promotoria, alguns admitindo culpa em troca de penas mais brandas.
Com a decisão anunciada nesta quarta-feira, todas as acusações contra Trump e os demais envolvidos são encerradas, e nenhum novo julgamento está previsto.
Com informações de Gazeta do Povo