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Sob pressão nas ruas, presidente de Madagascar embarca em avião militar francês e sai do país

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Antananarivo – O presidente de Madagascar, Andry Rajoelina, deixou o território malgaxe na noite de domingo (12) a bordo de uma aeronave militar francesa, em meio à maior onda de protestos no país desde 2009.

De acordo com a emissora francesa RFI, o chefe de Estado de centro-esquerda partiu primeiro para a ilha de Sainte-Marie, na costa leste de Madagascar, onde embarcou no avião das Forças Armadas da França. A aeronave pousou na ilha da Reunião, departamento ultramarino francês no oceano Índico, antes de seguir para um destino ainda não confirmado. A rádio aponta Dubai como possível local de exílio.

A saída teria sido viabilizada após um entendimento que envolveu o presidente francês, Emmanuel Macron, numa tentativa de descompressão da crise política malgaxe.

Siteny Randrianasoloniaiko, principal líder oposicionista, disse à agência Reuters ter recebido confirmação oficial da viagem: “Ligamos para a equipe da presidência e eles confirmaram que ele deixou o país”, afirmou.

Protestos e adesão militar

Manifestações massivas tomam as ruas de Antananarivo desde 25 de setembro, organizadas majoritariamente por jovens da chamada Geração Z. Os atos denunciam falta de água e energia, corrupção e má gestão na ex-colônia francesa.

No sábado (11), grupos de soldados passaram a apoiar os manifestantes. No dia seguinte, o Corpo de Administração de Pessoal e Serviços do Exército de Terra (Capsat) declarou ter assumido o controle das Forças Armadas, conclamando militares a desobedecer ordens de disparar contra civis. A mesma unidade participou do golpe que, em 2009, derrubou o então presidente Marc Ravalomanana e abriu caminho para a ascensão de Rajoelina.

Antes de deixar o país, o presidente classificou a movimentação militar como “tentativa de golpe de Estado” e prometeu um pronunciamento à nação nesta segunda-feira (13), que acabou não se concretizando.

Rajoelina lidera o partido Jovens Malgaxes Determinados, de orientação centro-esquerda, e enfrenta o maior desafio de seu mandato, iniciado em 2019.

Com informações de Gazeta do Povo