Bogotá, 8 out. 2025 – O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, criticou nesta quarta-feira (8) as recentes operações navais dos Estados Unidos no mar do Caribe e afirmou que a iniciativa norte-americana instaurou “um novo cenário de guerra” na região.
Em postagem na rede social X, o mandatário colombiano mencionou os ataques realizados nas últimas semanas contra lanchas suspeitas de narcotráfico. Segundo Petro, cerca de 20 pessoas morreram nas ações, e há indícios de que uma das embarcações destruídas seria colombiana.
Menção a senadores dos EUA
Petro compartilhou a mensagem do senador democrata Adam Schiff, que, ao lado do também democrata Tim Kaine, pretende submeter ao Congresso um projeto para impedir o uso das Forças Armadas norte-americanas em ataques a embarcações no Caribe. “O Congresso não autorizou esses ataques. Eles são ilegais e colocam os Estados Unidos em risco de serem arrastados para outra guerra”, escreveu Schiff.
O presidente colombiano concordou com a avaliação do parlamentar e declarou que levará o mesmo posicionamento às reuniões que mantém nesta semana com autoridades europeias, em Bruxelas. “Abriu-se um novo cenário de guerra: o Caribe”, afirmou.
Operação iniciada por Trump
As ações navais dos EUA foram deflagradas no fim de agosto pelo presidente Donald Trump, sob o argumento de combater o narcotráfico. O envio de navios e aeronaves militares ao Caribe é visto por Petro e pelo governo de Nicolás Maduro, na Venezuela, como potencial prelúdio de um ataque militar contra Caracas. Trump sustenta que o país enfrenta um “conflito armado” contra cartéis de drogas.
Tensões diplomáticas em alta
O relacionamento entre Bogotá e Washington tem se deteriorado nos últimos meses. Petro já criticou publicamente a política antidrogas norte-americana, as medidas de Trump contra a imigração e o apoio dos EUA a Israel. O atrito se intensificou no fim de setembro, quando o governo americano revogou o visto de entrada do presidente colombiano.
Durante discurso na Assembleia Geral da ONU, Petro classificou a “guerra às drogas” como estratégia dos poderosos para manter a violência na América Latina. Nesta quarta-feira, reiterou que “não há guerra contra o contrabando, há guerra pelo petróleo” e apelou para que as famílias das supostas vítimas colombianas dos bombardeios se apresentem e registrem denúncia.
Com informações de Gazeta do Povo