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Peru promulga anistia a agentes de segurança acusados de crimes durante conflito interno (1980-2000)

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Lima – A presidente do Peru, Dina Boluarte, sancionou nesta quarta-feira, 13 de agosto de 2025, a lei que concede anistia a policiais, militares e integrantes de comitês de autodefesa investigados ou condenados por crimes cometidos no conflito armado interno entre 1980 e 2000.

O texto beneficia membros das Forças Armadas, da Polícia Nacional e dos mencionados comitês que atuaram contra as guerrilhas Sendero Luminoso e Movimento Revolucionário Túpac Amaru (MRTA). A medida alcança:

  • acusados que ainda não possuam sentença definitiva;
  • condenados com sentença transitada em julgado que já tenham cumprido, no mínimo, 70 anos de pena;
  • investigados ou processados sem decisão final.

Ficam excluídos da anistia os envolvidos em acusações de terrorismo ou crimes de corrupção.

A cerimônia de promulgação ocorreu no Palácio do Governo, em Lima, com a presença de representantes das forças de segurança, entre eles participantes da operação Chavín de Huántar, que libertou reféns do MRTA em 1997. Durante o ato, Boluarte afirmou que as recomendações da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) — que havia solicitado a suspensão da lei — contrariam a soberania peruana.

A assinatura antecede o 40º aniversário do massacre de Accomarca, no qual 69 civis foram mortos pelo Exército. O ex-subtenente Telmo Hurtado cumpre 23 anos de prisão pelo episódio.

Peru promulga anistia a agentes de segurança acusados de crimes durante conflito interno (1980-2000) - Imagem do artigo original

Imagem: Bruno SznajdermanCom informações da Ag via gazetadopovo.com.br

Boluarte, investigada pelo Ministério Público pelas mortes de ao menos 59 manifestantes durante protestos que se seguiram à prisão do ex-presidente Pedro Castillo, criticou “instituições internacionais ou nacionais influenciadas por ideologias totalitárias” que, segundo ela, pretendem intervir nos assuntos do país. O Peru, contudo, continua submetido à jurisdição da CIDH desde que assinou o Pacto de San José.

Com informações de Gazeta do Povo