A Assembleia Nacional da França decidiu na quarta-feira (12) suspender a reforma da Previdência patrocinada pelo presidente Emmanuel Macron, medida considerada central para o atual mandato. O congelamento foi aprovado por 255 votos a 146, bloqueando, por ora, o aumento da idade mínima de aposentadoria de 62 para 64 anos.
Pelo texto aprovado, a idade mínima permanecerá em 62 anos e nove meses até o fim de 2027, ano da próxima eleição presidencial. A alteração havia começado a ser implementada de forma gradativa pelo Palácio do Eliseu desde 2023, enfrentando protestos frequentes em diversas cidades francesas.
O recuo foi exigido pelo Partido Socialista para manter o apoio ao primeiro-ministro Sébastian Lecornu, que chegou a entregar o cargo 26 dias depois de assumir. Na votação, o Renascimento, legenda de Macron, optou pela abstenção para evitar ampliar a crise de governabilidade.
O debate sobre a Previdência ocorre em meio a um cenário fiscal delicado. A França registra déficit anual próximo de 170 bilhões de euros, equivalente a 5,6% do Produto Interno Bruto, um dos maiores níveis de endividamento da União Europeia.
Com a decisão, o impasse sobre o orçamento de 2026 permanece, somando-se a outros reveses enfrentados pelo governo desde 2023.
Com informações de Gazeta do Povo
