Madri – O Congresso dos Deputados da Espanha aprovou nesta quarta-feira, 8 de outubro de 2025, o decreto-lei que institui um embargo completo à venda e à compra de armas e tecnologias de dupla utilização com Israel. A medida, apresentada pelo governo socialista de Pedro Sánchez, foi chancelada pela base aliada de esquerda – PSOE e Sumar – e rejeitada pelos oposicionistas Partido Popular (PP) e Vox.
O texto suspende qualquer exportação ou importação de materiais de defesa, bloqueia a passagem em território espanhol de combustíveis destinados a aeronaves com possível uso militar e proíbe a entrada de produtos fabricados em assentamentos israelenses nos territórios palestinos ocupados.
Assinado em 23 de setembro, o decreto precisava do aval do Parlamento no prazo de 30 dias. A votação ocorre em meio a tensões diplomáticas: a Embaixada de Israel em Madri qualificou como “perverso, desumano e aberrante” o fato de o debate ter sido inicialmente agendado para 7 de outubro, data que marcou dois anos dos ataques do Hamas em território israelense. O governo transferiu a deliberação para o dia seguinte.
Segundo o Executivo de Sánchez, o embargo integra um pacote de nove ações anunciadas como resposta ao que o premiê classificou como “genocídio” promovido por Israel na Faixa de Gaza. Entre as demais medidas estão restrições ao espaço aéreo espanhol para voos que transportem material bélico destinado a Israel e o reforço do apoio financeiro à Autoridade Nacional Palestina (ANP).
Embora o decreto já tenha força de lei, a coligação Sumar adiantou que pretende apresentar emendas para eliminar brechas que permitem exceções em casos considerados de interesse nacional.
Com informações de Gazeta do Povo
