Todos os 32 integrantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) deverão aplicar, ainda em 2025, no mínimo 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em defesa, conforme balanço divulgado nesta quinta-feira (28) na sede da aliança, em Bruxelas. O avanço ocorre após cobranças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que busca reduzir a dependência europeia dos recursos militares de Washington.
O relatório mostra, contudo, que só três membros alcançaram o novo objetivo de 3,5% do PIB acordado pelos chefes de Estado em junho, na cúpula realizada em Haia: Polônia (4,48%), Lituânia (4%) e Letônia (3,73%). Os três países, que fazem fronteira com a Rússia, intensificaram os investimentos desde a ofensiva de Moscou contra a Ucrânia em 2022.
Até 2024, durante o governo de Joe Biden, mais de dez nações da aliança ainda não atingiam sequer a marca de 2% determinada no encontro do País de Gales, em 2014. O cenário mudou com a percepção de ameaça no Leste Europeu e com a insistência dos Estados Unidos para que os parceiros assumam maior parcela dos custos de defesa.
Em valores absolutos, os Estados Unidos continuam na liderança, mas deverão aplicar 3,22% do PIB neste ano, índice inferior à nova meta. A Alemanha informou que só cumprirá o compromisso após a votação do orçamento no Parlamento. Já Espanha, Itália e Bélgica alcançaram pela primeira vez o patamar mínimo de 2% em 2025.
Durante a inauguração de uma fábrica de munições da Rheinmetall em Unterlüß, na Alemanha, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, elogiou o aumento dos recursos, mas alertou que o dinheiro “não garante por si só a segurança”. “A dissuasão depende da capacidade real de combate”, afirmou.
Imagem: Robin van Lkhuijsen
O plano aprovado em junho estabelece que todos os membros cheguem a 3,5% do PIB até 2035 e prevê, em uma etapa posterior, investimentos de 5% em defesa e infraestrutura estratégica, incluindo portos, rodovias e cibersegurança.
Com informações de Gazeta do Povo
