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ONG denuncia que 40% dos petroleiros que saem da Venezuela navegam fora da lei

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Caracas, 25 de dezembro de 2025 — Levantamento realizado pela Transparencia Venezuela indica que parte significativa do petróleo venezuelano é escoada por uma “frota fantasma”. A organização monitorou 98 navios-tanque ativos em novembro de 2025 e concluiu que 41% deles estavam sob sanções, desligaram sistemas de rastreamento ou pertenciam a armadores de origem obscura.

Dos petroleiros observados, 64 eram operados por empresas estrangeiras, 17 integravam a frota da estatal Petróleos de Venezuela (Pdvsa) e outros 17 navegaram com o transponder AIS desligado, prática usada para esconder rotas e cargas.

A ONG relaciona o cenário às tensões entre o governo de Nicolás Maduro e os Estados Unidos, somadas ao aumento das operações militares no Caribe. Segundo o relatório, a presença de navios regulares diminuiu, enquanto as embarcações restantes recorrem a artifícios para evitar sanções e inspeções.

Chevron amplia número de embarcações

Em contraste com a redução geral, cresceu a quantidade de navios fretados pela Chevron. Em novembro, oito petroleiros ligados à empresa atracaram na Venezuela, ante três em outubro. Todas as embarcações seguiram para portos norte-americanos — Corpus Christi e Beaumont, no Texas, e Good Hope, na Louisiana — transportando petróleo venezuelano, de acordo com dados de rastreamento.

Navio sancionado escancara dificuldade de controle

O relatório também destaca o caso do Seahorse, petroleiro sancionado pela União Europeia e pelo Reino Unido por ter transportado petróleo russo durante a guerra na Ucrânia. A embarcação deixou Matanzas, em Cuba, em 13 de novembro e tentou se aproximar da Venezuela, mas não atracou no terminal José nem em outros portos do leste do país. O episódio ilustra as falhas no acompanhamento do destino final do produto.

Outro ponto alarmante é que apenas um terço dos navios apresentou manifesto de destino, ampliando a incerteza sobre o paradeiro de grande parte da produção venezuelana exportada.

Ao concluir o estudo, a Transparencia Venezuela ressalta que, embora o número total de embarcações tenha caído entre outubro e novembro, o grau de opacidade aumentou, consolidando a chamada frota fantasma como elemento central no transporte de petróleo e na evasão de sanções internacionais.

Com informações de Gazeta do Povo