Jerusalém, 16 set. 2025 – O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou nesta terça-feira (16) que a ofensiva aérea contra integrantes do Hamas em Doha, realizada na semana passada, “foi totalmente justificada” porque o Catar “abriga, organiza e financia” o grupo islâmico.
Em coletiva de imprensa na capital israelense, o premiê reforçou que o emirado do Golfo mantém uma relação direta com a organização considerada terrorista por Israel. “Ele [o Catar] está ligado ao Hamas, abriga o Hamas, organiza o Hamas, financia o Hamas. O Catar é pró-Israel? Está do nosso lado? Vocês sabem que isso não é verdade”, afirmou.
Pressão sobre reféns
Netanyahu alegou ainda que Doha poderia ter usado sua influência para acelerar a libertação dos reféns capturados durante o ataque de 7 de outubro de 2023, episódio que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza. “Se o Catar quisesse, poderia facilmente ter exercido muito mais pressão e isso teria ajudado a libertar todos os reféns nos primeiros meses da guerra”, disse.
Detalhes da operação
O alvo do ataque israelense em Doha foi um encontro de dirigentes do Hamas que discutiam a proposta mais recente dos Estados Unidos para um cessar-fogo. O bombardeio destruiu o prédio onde o grupo se reunia, provocando seis mortes — cinco delas de membros identificados do Hamas. De acordo com a organização, nenhuma das principais lideranças envolvidas nas negociações foi atingida.
Reação internacional
A ação militar elevou a tensão entre Israel e os mediadores do conflito no Oriente Médio. Tanto Estados Unidos quanto Catar participam das tratativas para um acordo de cessar-fogo e para a troca de prisioneiros.
Relação Catar–Hamas
O vínculo entre Doha e o grupo islâmico remonta a vários anos. Entre 2018 e 2023, o emirado enviou milhões de dólares em auxílio à Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, que é acusado de desviar parte desses recursos. Além disso, líderes da organização mantêm residência no território catariano, onde encontram respaldo político e financeiro.
O episódio reacende o debate sobre o papel do Catar na mediação do conflito e sua relação com o Hamas, enquanto Israel reforça a estratégia de atacar alvos do grupo mesmo fora dos territórios palestinos.
Com informações de Gazeta do Povo