O cargueiro Delruba, de bandeira iraniana e incluído na lista de sanções do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros dos Estados Unidos (OFAC), atracou no Terminal Portuário Santa Catarina (TESC) no último sábado, 4 de outubro de 2025. A operação de descarga foi finalizada nesta quarta-feira (8).
De acordo com o governo catarinense, o navio trouxe 60 mil toneladas de ureia granulada avaliadas em US$ 24,4 milhões (cerca de R$ 130,6 milhões). O produto será utilizado por indústrias de fertilizantes no país.
A carga pertence à Pardis Petrochemical, companhia iraniana que também sofre sanções impostas por Washington. O Irã é o terceiro maior exportador global de ureia, responsável por aproximadamente 4,8 milhões de toneladas anuais – o equivalente a 10% da oferta mundial.
Pressão de Washington
As restrições contra o Delruba e sua fornecedora fazem parte do pacote de medidas adotado pelos Estados Unidos para pressionar Teerã a abandonar seu programa nuclear. Durante discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas, o presidente norte-americano Donald Trump afirmou que “a maioria dos comandantes militares do Irã não está mais conosco; eles estão mortos”.
Além do Irã, Washington mira países que mantém relações próximas ao regime persa. O governo Trump elevou em 50% tarifas sobre produtos brasileiros e aplicou sanções individuais a autoridades do Brasil com base na Lei Magnitsky, alegando violações de direitos humanos.
Rede de apoio chinesa
Relatos publicados pelo The Wall Street Journal indicam que a China montou um sistema de comércio paralelo para auxiliar o Irã a contornar as sanções. A operação envolve o envio de petróleo iraniano para o banco clandestino chinês Chuxin, que repassa recursos a empreiteiras responsáveis por obras em território iraniano. Na prática, o pagamento pelos barris é feito em infraestrutura, não em dinheiro.
As autoridades brasileiras não comentaram eventuais impactos do desembarque sobre a relação com os Estados Unidos.
Com informações de Gazeta do Povo