Residentes de Zandvoort, pequeno vilarejo costeiro no oeste da Holanda, passaram a relatar simultaneamente bloqueios e fechamentos de ruas no Google Maps a fim de desviar o fluxo de turistas que lotam a localidade nos fins de semana.
A ação coletiva, iniciada em 14 de agosto de 2025, busca pressionar a prefeitura a adotar medidas contra a superlotação e a escassez de vagas de estacionamento. O grande volume de notificações leva o aplicativo a sugerir rotas alternativas, reduzindo, temporariamente, o número de visitantes que entram na cidade.
Como resposta, a administração municipal instalou na entrada da cidade placas com os dizeres “desative o Google Maps” e incluiu orientações físicas para os estacionamentos disponíveis. Um porta-voz informou que a prefeitura mantém diálogo com o Google para retirar as informações inverídicas do serviço.
O vereador Gert-Jan Bluijs declarou estar “muito irritado” com a estratégia. Segundo ele, os falsos bloqueios deslocam o tráfego para bairros vizinhos, agravando o congestionamento regional.
Turismo em excesso também preocupa outras cidades europeias
Zandvoort não é caso isolado. Em Barcelona, protestos frequentes reúnem residentes que reclamam do impacto dos visitantes no valor dos aluguéis. Com o aumento de plataformas de hospedagem de curta duração, como Airbnb e Booking, proprietários priorizam turistas dispostos a pagar diárias mais altas, reduzindo a oferta de locações de longo prazo.
Imagem: Bruno Sznajderman via gazetadopovo.com.br
Cidades como Nova York, Barcelona e Paris já regulamentaram esses serviços para tentar conter a crise de moradia. Em algumas manifestações, comerciantes chegam a usar pistolas de água para expulsar turistas ou colam adesivos com frases como “Voltem para suas casas”.
Para efeito de comparação, dados da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) apontam que o Brasil recebeu quase 6,7 milhões de visitantes estrangeiros em 2024. No mesmo período, apenas a cidade de Nova York registrou cerca de 13 milhões de turistas internacionais.
Com informações de Gazeta do Povo
