O Ministério Público da Espanha abriu um procedimento para investigar o bispo José Ignacio Munilla por suspeita de discurso de ódio e discriminação. A apuração foi instaurada depois que o religioso criticou, em 2024, durante programa de rádio em Madri, a lei que veda a oferta de acompanhamento psicológico a pessoas homossexuais quando o serviço possa ser interpretado como “terapia de conversão”, prática proibida pela legislação espanhola.
De acordo com documento obtido pela agência EFE, a denúncia partiu da plataforma progressista Tu pueblo y el mío, que classificou as declarações do bispo como homofóbicas. Como o comentário foi feito na capital, o caso foi encaminhado à Promotoria Provincial de Madri.
Em publicação na rede X, Munilla afirmou que o processo “não tem qualquer fundamento jurídico” e acusou os denunciantes de tentar intimidar a Igreja. O bispo declarou não ter recebido notificação oficial da promotoria e disse enxergar “mais interesse midiático do que judicial” no caso.
O religioso negou ter dirigido ataques a grupos LGBTI e reiterou críticas à norma espanhola: “É irônico que aqueles que defendem a liberdade para mudar de sexo — com hormônios e cirurgias incluídos — proíbam os homossexuais de solicitar livremente aquilo que qualificam como terapia de conversão”.
Munilla acrescentou que a Igreja continuará a oferecer orientação espiritual a fiéis que procurem ajuda para “viver em castidade”.
A investigação buscará determinar se as falas do bispo configuram delito de ódio ou violação da dignidade previsto no Código Penal da Espanha.
Com informações de Gazeta do Povo