O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou nesta quarta-feira, 3 de setembro de 2025, que o grupo Hamas impede a entrada e a distribuição de suprimentos na Faixa de Gaza. A declaração foi dada durante entrevista ao podcast 21 News, apresentado por Louis Sarkozy, filho do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy.
“Os alimentos chegam, mas os terroristas do Hamas não os deixam entrar”, declarou o chefe de Estado argentino ao comentar a crise humanitária no enclave palestino. Milei ainda rejeitou o relatório da Organização das Nações Unidas que classificou partes do território como em estado de fome.
Segundo o presidente, denúncias internacionais sobre carência de alimentos estariam sendo “manipuladas” para enfraquecer o governo israelense. Ele citou, sem detalhar a publicação, uma capa de revista que teria usado imagem “falsa” para ilustrar a suposta fome em Gaza.
Em julho, o jornal francês Libération estampou em sua primeira página a fotografia de uma criança palestina desnutrida. A imagem foi questionada nas redes sociais, mas a agência France-Presse confirmou sua autenticidade.
Milei afirmou que campanhas desse tipo têm como alvo o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Ao longo da conversa, também declarou que a Argentina é um dos lugares “mais confortáveis” para a comunidade judaica e manifestou preocupação com o crescimento do antissemitismo em países europeus e nos Estados Unidos.
Alinhamento com Israel
Desde que tomou posse, em dezembro de 2023, Javier Milei tem reforçado laços com Israel. Em junho deste ano, durante visita ao Parlamento israelense, o presidente reiterou a promessa de transferir a embaixada argentina de Tel Aviv para Jerusalém, seguindo o exemplo adotado pelos Estados Unidos em 2018.

Imagem: ABIR SULTAN
Relatório da ONU contestado
Em agosto, a Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (CIF) da ONU declarou situação de fome no norte de Gaza e atribuiu o cenário ao bloqueio imposto por Israel. O governo israelense rejeitou a avaliação, acusando a organização de agir de forma politizada e de reforçar a narrativa do Hamas.
Na entrevista ao podcast, Milei ecoou a posição de Tel Aviv ao sustentar que a crise é potencializada pelas restrições do grupo terrorista, e não pela ação militar israelense.
Com informações de Gazeta do Povo