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Vitória expressiva de Milei nas legislativas amplia poder do governo e acelera reformas na Argentina

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As eleições legislativas de meio de mandato realizadas neste domingo (26) na Argentina deram ao partido governista A Liberdade Avança, liderado pelo presidente Javier Milei, uma vantagem significativa no Congresso e renovaram o respaldo popular ao programa de austeridade e reformas econômicas do governo.

Mais cadeiras na Câmara e avanço no Senado

Com 94,35% das urnas apuradas, a legenda de Milei alcançou 40,82% dos votos para a Câmara dos Deputados e conquistou 64 cadeiras, quase o dobro do número que possuía antes do pleito. A coligação peronista Força Pátria registrou 24% dos votos e garantiu 31 cadeiras, enquanto a aliança Províncias Unidas ficou com 7,12%.

No Senado, onde oito distritos renovaram representantes, A Liberdade Avança venceu em seis, reforçando a base governista e dificultando futuras tentativas da oposição de derrubar vetos presidenciais.

Oposição fragmentada

O resultado aprofunda a crise interna do peronismo, que perdeu influência desde o fim do mandato de Alberto Fernández (2019-2023). O governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, principal liderança opositora, sinalizou disposição para dialogar, mas criticou a falta de interlocução com o Executivo. Já a ex-presidente Cristina Kirchner não pôde votar após ter sido retirada do cadastro eleitoral devido a condenação por administração fraudulenta confirmada pela Suprema Corte.

Participação em queda e novo sistema de votação

A participação eleitoral ficou em 66%, a menor desde o retorno da democracia em 1983. Cerca de 12 milhões de eleitores — 34% do total — não compareceram às urnas, mesmo com o voto obrigatório. A eleição marcou ainda a estreia da cédula única de papel, adotada para reduzir custos e agilizar a contagem, mas que provocou filas mais longas em algumas regiões.

Apoio de Washington

A reta final da campanha contou com o respaldo público do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aliado de Milei. O governo americano iniciou a compra direta de pesos argentinos e firmou um acordo de swap cambial de US$ 20 bilhões com o Banco Central da Argentina para conter a valorização do dólar. Segundo o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, a gestão Trump também negocia uma linha de crédito adicional de US$ 20 bilhões com bancos privados e fundos soberanos.

Com a nova correlação de forças no Congresso, o governo argentino passa a ter margem ampliada para avançar em seu pacote de cortes de gastos e liberalização econômica, objetivo considerado central por Milei para sustentar uma eventual candidatura à reeleição em 2027.

Com informações de Gazeta do Povo