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Microsoft bloqueia serviços de nuvem e IA do Ministério da Defesa de Israel após denúncias de espionagem em Gaza

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Redmond (EUA), 25 set. 2025 – A Microsoft decidiu suspender o acesso do Ministério da Defesa de Israel a recursos de computação em nuvem e inteligência artificial da plataforma Azure, após suspeitas de uso dessas ferramentas em vigilância em massa de civis palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.

O anúncio foi feito nesta quinta-feira (25) pelo presidente da companhia, Brad Smith. “Como qualquer empresa, podemos determinar quais produtos e serviços disponibilizamos. Não fornecemos tecnologia para facilitar a vigilância em massa de civis”, afirmou o executivo.

Investigação interna

A decisão resulta de uma análise urgente iniciada depois de reportagens do jornal britânico The Guardian. Segundo o veículo, a Defesa israelense utilizava o Azure para armazenar dados de chamadas telefônicas coletadas em monitoramentos generalizados. Smith confirmou ter encontrado “evidências que sustentam parte das informações”, entre elas o uso do armazenamento do Azure em um datacenter na Holanda e a aplicação de serviços de IA.

Notificação a Israel e exceção para cibersegurança

O governo israelense foi comunicado da suspensão, que passa a valer imediatamente. Smith esclareceu, porém, que a medida não afeta contratos de cibersegurança mantidos pela empresa. “Isso não interfere no trabalho essencial que seguimos realizando para proteger a segurança cibernética de Israel e de outros países do Oriente Médio”, disse.

Tensão interna na empresa

O relacionamento com Israel já havia provocado protestos dentro da Microsoft em 2025. Funcionários manifestaram descontentamento com o uso de software da companhia em operações militares israelenses em Gaza; alguns chegaram a ocupar o escritório de Smith em agosto, e, em abril, duas colaboradoras interromperam o evento de 50 anos da empresa exigindo o fim de contratos governamentais.

A suspensão dos serviços de nuvem e IA permanece enquanto a Microsoft revisa integralmente a parceria com o Ministério da Defesa de Israel.

Com informações de Gazeta do Povo