A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) afirmou que o marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tem sido pressionado a apontar desde já quem representará a direita na eleição presidencial de 2026, mas considera a cobrança antecipada. As declarações foram dadas em entrevista à agência AFP, publicada nesta sexta-feira, 17 de outubro de 2025.
“Ainda é cedo para falar em candidaturas”, disse Michelle, ao criticar a tentativa de “impor” a Jair Bolsonaro a indicação de um nome. O ex-presidente está impedido de concorrer porque foi declarado inelegível pela Justiça Eleitoral e, em setembro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos de prisão por supostamente comandar uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Sem poder disputar o Planalto, Bolsonaro é apontado pelo PL como responsável por escolher quem herdará seu capital político. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é citado nos bastidores como candidato natural, mas não há definição.
Possíveis rumos de Michelle
Questionada sobre seu futuro político, Michelle evitou confirmar se pretende buscar a vice-presidência em uma eventual chapa ou disputar uma vaga no Senado. Ela afirmou que qualquer decisão será debatida “profundamente” com o marido, as filhas, a direção do partido e “em oração” para ter “discernimento sobre a missão que Deus queira confiar”.
Em julho, Jair Bolsonaro havia declarado que a ex-primeira-dama era “pré-candidata” ao Senado pelo Distrito Federal e que o filho Carlos Bolsonaro poderia concorrer por Santa Catarina, iniciativas que, segundo ele, ajudariam a “equilibrar os poderes” no país.
Desempenho em pesquisas
Michelle vem sendo incluída em levantamentos eleitorais. Pesquisa Quaest divulgada recentemente mostra a ex-primeira-dama na segunda posição de um eventual primeiro turno contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 21% contra 36% do petista. Em um possível segundo turno, o instituto apontou 46% para Lula e 34% para Michelle.
Críticas ao julgamento e ao feminismo
Na mesma entrevista, Michelle classificou a condenação de Jair Bolsonaro como “farsa judicial” e atribuiu sanções impostas pelos Estados Unidos ao Brasil à atuação de autoridades brasileiras que, segundo ela, “violam direitos humanos e princípios democráticos”. Ela também declarou que o feminismo “abandonou as necessidades reais das mulheres” para aderir a objetivos da “agenda woke”.
Com informações de Gazeta do Povo