A primeira-dama dos Estados Unidos, Melania Trump, encaminhou uma carta ao presidente russo, Vladimir Putin, abordando o sequestro e a deportação de crianças ucranianas. O documento foi entregue por Donald Trump durante a cúpula bilateral realizada na sexta-feira (16/08/2025) em uma base militar de Anchorage, Alasca.
Nem a Casa Branca nem o Kremlin divulgaram o conteúdo integral da correspondência. Após o encontro, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, telefonou para o líder norte-americano e agradeceu o gesto de Melania. O chanceler ucraniano, Andrii Sybiha, classificou a iniciativa como “ato de humanismo”.
Reunião Trump-Putin
A conversa entre Trump e Putin terminou sem acordo de cessar-fogo para a Guerra da Ucrânia, mas ambos os chefes de Estado afirmaram que as discussões foram “extremamente produtivas”.
Mandado do TPI
Em março de 2023, o Tribunal Penal Internacional (TPI) expediu mandados de prisão contra Putin e contra a comissária russa para os Direitos da Criança, Alekseyevna Lvova-Belova, acusando-os de crime de guerra pela deportação ilegal de mais de 19 mil crianças ucranianas para território russo. Moscou rejeita a acusação e a classifica como “sem sentido”.
A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, reiterou que as decisões do TPI “não têm validade” para o país e argumentou que a transferência de menores buscou protegê-los da zona de conflito.
Impacto sobre menores
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que, entre 24 de fevereiro de 2022 e 31 de dezembro de 2024, 669 crianças foram mortas e 1.833 ficaram feridas no conflito, principalmente pelo uso de armas explosivas em áreas civis. Desse total, 521 mortes e 1.529 feridos ocorreram em regiões controladas por Kiev, enquanto 148 mortes e 304 feridos foram registrados em áreas ocupadas pela Rússia.
Imagem: Bruno Sznajderman via gazetadopovo.com.br
Em março de 2025, a ONU condenou o “sofrimento inimaginável” imposto a milhões de crianças ucranianas nos mais de três anos de guerra.
As autoridades norte-americanas não informaram quando, nem de que forma, a correspondência da primeira-dama deverá receber resposta de Moscou.
Com informações de Gazeta do Povo
