A Justiça da Venezuela condenou a médica Marggie Orozco, 65 anos, a 30 anos de prisão por ter enviado um áudio pelo WhatsApp no qual criticava o governo de Nicolás Maduro e incentivava a participação nas eleições presidenciais marcadas para 28 de julho de 2024.
A sentença foi proferida na última sexta-feira (14) pelo Tribunal 4º de Juicio do Circuito Judicial Penal do estado Táchira. Orozco foi considerada culpada pelos crimes de traição à pátria, incitação ao ódio e conspiração, informou a ONG Comité por la Libertad de los Presos Políticos de Venezuela (Clippve).
Denúncia partiu de integrante do CLAP
Segundo familiares e ativistas, o processo começou após uma representante dos Comités Locales de Abastecimiento y Producción (CLAP), estrutura comunitária ligada ao chavismo, denunciar a médica às autoridades. Orozco foi presa em agosto do ano passado em San Juan de Colón, cidade próxima à fronteira com a Colômbia.
Problemas de saúde agravados na prisão
O ex-governador de Táchira César Pérez Vivas confirmou a condenação e relatou na rede X que a punição foi imposta a “uma pessoa com graves problemas de saúde”. De acordo com ele, Orozco sofreu um infarto em setembro, já sob custódia da Polícia Nacional Bolivariana (PNB), e convive com depressão crônica desde 2013.
Contexto de repressão
Entidades de direitos humanos apontam um aumento das condenações por manifestações contra o regime. O Foro Penal contabiliza atualmente 882 presos políticos no país, entre civis e militares.
O caso de Marggie Orozco reforça o alerta de organizações internacionais sobre restrições à liberdade de expressão na Venezuela.
Com informações de Gazeta do Povo