Washington, 17 nov. 2025 – O porta-aviões nuclear USS Gerald R. Ford, considerado o maior do planeta, atravessou o mar do Caribe no domingo (16), segundo o chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, almirante Alvin Holsey. A movimentação ocorre em meio à escalada de tensão entre Washington e o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela.
Em nota oficial, Holsey afirmou que a missão tem foco no combate a “ameaças transnacionais que buscam desestabilizar nossa região”. A operação segue ordens do secretário de Guerra norte-americano, Pete Hegseth, e diretrizes do presidente Donald Trump para desmantelar organizações criminosas e grupos apontados como narcoterroristas.
Operação Southern Spear
O Gerald R. Ford integra o grupo de ataque que apoiará a Unidade Expedicionária 22 a bordo do navio-anfíbio USS Iwo Jima. As embarcações participam da operação militar “Southern Spear”, voltada ao combate ao tráfico de drogas originado na América Latina.
Capacidades do navio
Com 335 metros de comprimento, capacidade para 4,5 mil tripulantes e 70 aeronaves, o Gerald R. Ford dispõe de catapultas eletromagnéticas, radares avançados e dois reatores nucleares que garantem operação contínua. Em 2021, o navio suportou três explosões submarinas durante testes de choque, comprovando resistência a impactos severos.
Presença ampliada no Caribe
O ministro das Relações Exteriores de Trinidad e Tobago, Sean Sobers, confirmou que navios de guerra norte-americanos chegariam ao país no fim de semana para exercícios conjuntos com a Força de Defesa Trinitina. A semana já registrara a atracação do destróier USS Gravely em Porto Espanha.
Desde setembro, forças dos EUA destruíram mais de dez embarcações suspeitas de ligação com o narcotráfico em águas caribenhas e no Pacífico oriental, ações que deixaram vários tripulantes mortos, de acordo com o Comando Sul.
Cartel de los Soles classificado como terrorista
No mesmo dia em que o porta-aviões entrou no Caribe, o Departamento de Estado dos EUA anunciou que o Cartel de los Soles será incluído, a partir de 24 de novembro, na lista de Organizações Terroristas Estrangeiras. O secretário de Estado, Marco Rubio, atribuiu a liderança do cartel a Maduro e a altos funcionários de seu governo.
Declarações de Trump
Na sexta-feira (14), o presidente Trump disse já ter tomado uma decisão sobre possível ação militar na Venezuela, sem detalhar o conteúdo. Dois dias depois, afirmou que “poderão ocorrer discussões” com Maduro porque “a Venezuela quer falar”, mas não especificou data nem interlocutores.
O deslocamento do Gerald R. Ford e as ações paralelas reforçam a estratégia de Washington de pressionar Caracas enquanto mantém operações contra o narcotráfico na região.
Com informações de Gazeta do Povo
