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ONG afirma que Maduro intensifica repressão e usa sanções dos EUA como justificativa

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Caracas — A Human Rights Watch (HRW) acusou o governo de Nicolás Maduro de recorrer às recentes medidas de pressão dos Estados Unidos para ampliar a perseguição a críticos e opositores na Venezuela.

Sanções americanas

Neste mês de dezembro, a administração do então presidente norte-americano Donald Trump instaurou um bloqueio total a navios petroleiros sancionados que entram ou saem da Venezuela. Em agosto, Washington já havia iniciado uma operação militar contra embarcações no Mar do Caribe e no Oceano Pacífico suspeitas de envolvimento com narcotráfico.

Trump responsabilizou Maduro pela liderança do Cartel de Los Soles, prometeu possíveis ações terrestres em território venezuelano e declarou que “os dias do ditador estão contados”.

Denúncias de perseguição

Em declaração publicada pelo jornal The Washington Post na quinta-feira (25), a pesquisadora da HRW para os Andes do Norte, Martina Rapido Ragozzino, afirmou que o Palácio de Miraflores utiliza a pressão de Washington para mobilizar militares, qualificar opositores como traidores e prender dezenas de dissidentes.

Marino Alvarado, coordenador da ONG venezuelana Provea, disse à CNN que a estratégia procura “incutir medo” na população e destacou o agravamento das condições carcerárias, com superlotação e punições contra presos políticos.

Números da repressão

Levantamento da Provea aponta que outubro registrou o maior índice de repressão desde o início da mais recente disputa diplomática entre Caracas e Washington: foram 54 detenções por motivos políticos, em sua maioria de integrantes do partido oposicionista Vente Venezuela, liderado por María Corina Machado.

O Comitê de Mães em Defesa da Verdade informou que 99 presos políticos, detidos após as eleições contestadas de 2024, ganharam liberdade nesta semana, dado confirmado por autoridades chavistas. Ainda assim, o número representa fração do total de encarcerados por razões políticas: segundo o Foro Penal, havia 902 detidos nessa condição em 15 de dezembro.

Com informações de Gazeta do Povo