Nicolás Maduro, líder da Venezuela, encaminhou em 6 de setembro uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, solicitando o fim do que classificou como “falsidades” que afetam o relacionamento bilateral. O documento foi revelado neste sábado (20) pela agência Reuters.
A correspondência foi enviada quatro dias depois de uma embarcação carregada com drogas ser atacada por forças norte-americanas no Mar do Caribe. Segundo Washington, o barco pertenceria à gangue venezuelana Tren de Aragua; 11 pessoas morreram na ação.
“Presidente, espero que juntos possamos derrotar as falsidades que mancharam nosso relacionamento, que deve ser histórico e pacífico”, escreveu Maduro. Ele também se disse disposto a dialogar “direta e francamente” com o enviado especial de Trump, Richard Grenell, para “superar o ruído da mídia e as notícias falsas”.
Reuniões anteriores
Grenell encontrou-se com Maduro em Caracas no fim de janeiro, ocasião em que negociou a repatriação de venezuelanos deportados pelos EUA e a libertação de cidadãos norte-americanos presos pelo regime chavista.
Acusações de narcotráfico
No texto, Maduro reiterou que seu governo não possui vínculos com o tráfico de drogas. A Casa Branca, entretanto, considera o venezuelano líder do chamado Cartel de los Soles e oferece recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à sua captura ou condenação. Para o chavista, essa alegação é “o caso mais flagrante de desinformação” e serviria para “justificar uma escalada para um conflito armado que infligiria danos catastróficos a todo o continente”.
Pressão militar no Caribe
No fim de agosto, os Estados Unidos deslocaram oito navios de guerra e um submarino nuclear para águas próximas à Venezuela com o objetivo declarado de conter o tráfico de entorpecentes. Dias depois, caças F-35 foram enviados a Porto Rico para operações contra cartéis na região. Desde então, pelo menos quatro embarcações suspeitas de transportar drogas foram atingidas por ações militares norte-americanas.
Em resposta, Caracas intensificou exercícios e mobilizações das Forças Armadas, adotando discurso cada vez mais beligerante. Já neste sábado (20), Trump afirmou na rede Truth Social que o governo venezuelano “pagará um preço incalculável” caso se recuse a receber compatriotas detidos em prisões ou hospitais psiquiátricos dos Estados Unidos.
Com informações de Gazeta do Povo