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Maduro institui prêmio “Arquiteto da Paz” e se declara vencedor

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Caracas – 18 de dezembro de 2025. Incomodado com a escolha da opositora María Corina Machado para o Prêmio Nobel da Paz, o presidente venezuelano Nicolás Maduro criou um novo reconhecimento, batizado de “Arquiteto da Paz”, e o atribuiu a si mesmo durante cerimônia oficial na capital.

O troféu foi entregue pela pouco conhecida Sociedade Bolivariana da Venezuela em ato que marcou o 195º aniversário da morte de Simón Bolívar. A organização afirmou que Maduro merece a homenagem por “construir e preservar a paz” na Venezuela e na América Latina, sem mencionar denúncias de violações de direitos humanos, apoio ao regime cubano ou ameaças recentes contra a Guiana.

Ao receber o prêmio, o chefe de Estado declarou que “Bolívar não pereceu; seu espírito permanece vigilante, velando pelos destinos de seu povo”. Ele acrescentou que “todo o mal que o imperialismo tenta nos causar está se convertendo em força de luta”, referência à operação militar dos Estados Unidos contra o narcotráfico no Caribe e no Pacífico.

Reação do chavismo ao Nobel

A honraria criada por Maduro surge dias após a entrega do Nobel da Paz a María Corina Machado, reconhecida por sua atuação em defesa da redemocratização do país. A premiação da oposição provocou ataques de integrantes do governo.

Na semana anterior, a vice-presidente Delcy Rodríguez qualificou a solenidade em Oslo como “velório” e “prêmio manchado de sangue”. O presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, chamou o Nobel de “pobre paz” por ser outorgado, segundo ele, a quem “defende a invasão da Venezuela”. Já Diosdado Cabello, número dois do chavismo e ministro do Interior, afirmou que o Nobel se transformou em “leilão concedido ao maior lance”.

Com a autocondecoração, Maduro reforça o discurso do governo contra organismos internacionais e amplia a narrativa de que o país estaria sob ameaça de potências estrangeiras.

Com informações de Gazeta do Povo