O oposicionista venezuelano Leopoldo López declarou nesta segunda-feira (27) em Madri que o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, converteu-se no “porta-voz internacional” mais atuante em favor do governo de Nicolás Maduro. Segundo López, essa postura poderia ser explicada pela participação de Petro na mesma “estrutura criminosa” atribuída ao chavismo.
Exilado na Espanha desde 2020, López concedeu entrevista coletiva na capital espanhola. Ele lembrou que a oposição denuncia há anos um suposto aparato dedicado a narcotráfico, contrabando, mineração ilegal e comércio irregular de hidrocarbonetos, comandado por Maduro. O líder opositor saudou a decisão dos Estados Unidos de classificar o chamado Cartel de los Soles como organização terrorista e de ligar Maduro ao grupo.
López criticou o governo colombiano por questionar a existência do Cartel de los Soles e por condenar operações navais dos EUA no Caribe que interceptam embarcações venezuelanas suspeitas de transportar cocaína — ações que, nas últimas semanas, alcançaram também barcos colombianos no Pacífico. “É surpreendente o apoio de Petro à narrativa de Maduro”, disse.
Na avaliação do oposicionista, as manobras militares norte-americanas têm como alvo o cartel, não a Venezuela. Ele reiterou apoio a “qualquer medida” que pressione pela saída de Maduro e afirmou que veria “com bons olhos” uma ação dos EUA em território venezuelano que derrubasse o presidente. A declaração levou o governo chavista a iniciar o processo de retirada da nacionalidade de López.
No sábado (25), a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, informou que o regime deu início ao procedimento para revogar a cidadania do opositor, acusando-o de defender invasão militar, apoiar bloqueio econômico e incitar assassinatos em massa de venezuelanos em conluio com “governos inimigos”.
López rebateu afirmando não ter dúvidas de que a maioria da população apoiaria ações para “neutralizar” o Cartel de los Soles e os líderes chavistas mencionados por ele — entre eles Diosdado Cabello. Ele concluiu dizendo que continuará buscando apoio internacional para pressionar Maduro.
Com informações de Gazeta do Povo