O Supremo Tribunal da Espanha ordenou nesta quinta-feira (27) a prisão provisória, sem direito a fiança, do ex-ministro dos Transportes José Luis Ábalos e de seu antigo assessor direto Koldo García. Ambos são investigados por suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção na compra de máscaras durante a pandemia de covid-19.
A decisão foi assinada pelo magistrado Leopoldo Puente, responsável pelo chamado caso Koldo, que apura a celebração de contratos irregulares para aquisição de equipamentos de proteção no auge da crise sanitária. Segundo o juiz, há “risco extremo de fuga” motivado pela proximidade do primeiro julgamento e pela possibilidade de penas que podem chegar a 24 anos de prisão no caso de Ábalos.
O Ministério Público Anticorrupção havia solicitado o endurecimento das medidas cautelares contra os dois réus. Na decisão, Puente destacou a existência de “indícios racionais robustos” de criminalidade, entre eles evidências de que Ábalos teria movimentado grandes quantidades de dinheiro em espécie nos últimos anos, o que reforçaria sua capacidade de deixar o país.
As investigações, iniciadas no começo de 2024, abalaram o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), já que Ábalos era considerado um dos colaboradores mais próximos do primeiro-ministro Pedro Sánchez e chegou a ocupar o cargo de número dois da legenda. Ele renunciou às funções internas no partido em 2024, mas manteve o mandato de deputado, tornando-se agora o primeiro parlamentar em exercício a ser enviado à prisão preventiva na Espanha.
O Congresso espanhol já deu início ao processo para suspender Ábalos de suas atribuições, o que inclui congelamento de salário, perda de prerrogativas parlamentares e impedimento de voto enquanto o processo judicial estiver em andamento.
Com informações de Gazeta do Povo
