Jerusalém – 19.out.2025 – As Forças de Defesa de Israel (FDI) lançaram novos ataques contra posições do Hamas em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, poucas horas depois de acusar o grupo de violar o cessar-fogo iniciado em 10 de outubro.
De acordo com comunicado militar divulgado neste domingo (19), combatentes do Hamas dispararam um míssil antitanque e atiraram contra tropas israelenses que atuavam para desmontar instalações terroristas na região. “Essas ações constituem uma violação flagrante do acordo, e responderemos com firmeza”, afirmou a nota das FDI.
Após o incidente, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu consultou o ministro da Defesa e chefes das agências de segurança e determinou “ação enérgica contra alvos terroristas” em Gaza, informou o gabinete do premiê.
Operação paralela do Hamas
Uma fonte do braço armado do Hamas relatou à agência EFE que o grupo realizava, em Rafah, uma operação para eliminar Yasser Abu Shabab, líder da milícia rival Forças Populares. Militares israelenses teriam intervindo para proteger Shabab, provocando troca de tiros e a explosão de uma escavadeira israelense.
Disputa de poder em Gaza
Desde o início da trégua, o Hamas tenta reafirmar controle sobre Gaza em meio ao avanço de clãs locais. Confrontos internos já resultaram em várias mortes, com registros de execuções públicas divulgadas nas redes sociais.
Entre os grupos que desafiam a organização estão:
- Forças Populares – lideradas por Yasser Abu Shabab, com cerca de 400 combatentes em Rafah; Israel admite fornecer armas a alguns clãs, incluindo este.
- Clã Doghmosh – comandado por Mumtaz Doghmosh, ex-aliado do Hamas e ligado ao Estado Islâmico; participou do sequestro do soldado israelense Gilad Shalit em 2006.
- Clã Al-Majayda – ativo em Khan Younis; envolveu-se em confronto recente com o Hamas após operação que deixou mortos dos dois lados.
- Outros grupos menores, como o clã de Rami Hellis em Shejaia e mais de dez novas milícias formadas no enclave, também desafiam a autoridade do Hamas.
Para Hossam al-Astal, líder de uma dessas novas facções em Khan Younis, “hoje existe uma força alternativa ao Hamas”. Astal afirmou que cooperará “até com o diabo” para proteger sua cidade.
Os conflitos internos ocorrem enquanto o Hamas, enfraquecido após dois anos de guerra, tenta evitar que clãs assumam o controle de Gaza antes da instalação de uma administração provisória prevista em plano mediado pelos Estados Unidos.
A ofensiva israelense prosseguia até o fechamento desta edição, sem relato oficial sobre número de vítimas.
Com informações de Gazeta do Povo
