Jerusalém – 21.set.2025 – O governo israelense reagiu duramente à decisão do Reino Unido, do Canadá e da Austrália, anunciada neste domingo (21), de reconhecer oficialmente o Estado da Palestina. Os três países, membros do G7, afirmaram que a medida busca preservar a solução de dois Estados no Oriente Médio.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, classificou o movimento como “imoral, ultrajante e especialmente repugnante”. Em publicação na rede social X, o chanceler afirmou que o gesto representa um “prêmio” ao Hamas e lembrou que “a maioria dos países do mundo já cometeu esse erro no passado”.
Críticas de familiares de reféns
A britânica Mandy Damari, mãe de uma refém mantida 15 meses pelo grupo islâmico, também reprovou o reconhecimento. Em entrevista à BBC, ela disse que o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, “premiou os terroristas” enquanto os sequestrados ainda não foram libertados e o Hamas permanece no controle da Faixa de Gaza.
Posição dos três governos
No Reino Unido, Starmer divulgou um vídeo em que defende a medida como forma de “manter viva a possibilidade de paz” e garantir “um Israel seguro ao lado de um Estado palestino viável”. Foi a primeira vez que um país do G7 adotou a iniciativa de forma coordenada com outros dois membros.
No Canadá, o primeiro-ministro Mark Carney classificou o reconhecimento como “passo necessário” para salvar a alternativa dos dois Estados. A chanceler canadense, Anita Anand, ressaltou, porém, que a normalização diplomática plena só ocorrerá após reformas democráticas palestinas e a desmilitarização de grupos armados.
A Austrália acompanhou a decisão britânica e canadense, alinhando-se à argumentação de que a criação de um Estado palestino independente é condição essencial para a estabilidade regional.
Contexto na ONU
Carney divulgou comunicado pouco antes de embarcar para a Assembleia-Geral da ONU em Nova York. Segundo ele, o governo israelense “impede metodicamente” a consolidação de um Estado palestino ao expandir assentamentos na Cisjordânia e manter a ofensiva em Gaza, o que teria provocado “fome devastadora” na região.
Com o pronunciamento conjunto, Reino Unido, Canadá e Austrália se somam à maioria dos membros das Nações Unidas que já reconhecem a Palestina como Estado soberano.
Com informações de Gazeta do Povo