Jerusalém – Autoridades israelenses informaram nesta terça-feira (28.out.2025) que os restos mortais entregues pelo Hamas na noite anterior não pertencem a nenhum dos 13 reféns ainda mantidos na Faixa de Gaza. Segundo o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o material é de Ofir Tzarfati, sequestrado em outubro de 2023 e cujo corpo já havia sido recuperado e sepultado em dezembro do mesmo ano.
“Após concluir o processo de identificação nesta manhã, confirmou-se que os restos enviados correspondem a Ofir Tzarfati, resgatado há cerca de dois anos durante operação militar em Gaza. A família dele foi notificada”, diz a nota oficial.
O governo classificou a devolução como violação do acordo acertado no início do mês com mediação dos Estados Unidos. Ainda hoje, ministros e chefes das Forças de Defesa de Israel se reúnem para definir quais medidas serão adotadas em resposta.
Corpos retidos em Gaza
Israel sustenta que o Hamas detém “diversos” corpos no enclave, mas resiste em entregá-los, contrariando a cláusula do cessar-fogo que exige a restituição dos mortos. Pelo entendimento vigente, o grupo islâmico libertou 20 reféns vivos em troca de cerca de 2 mil prisioneiros palestinos e devolveu 15 corpos, restando 13 israelenses sob seu controle.
Quem era Ofir Tzarfati
Tzarfati tinha 27 anos e participava do festival de música Nova quando foi capturado, em 7 de outubro de 2023, data em que comemorava aniversário. A morte foi confirmada pelo Exército em 27 de novembro; quatro dias depois, em 1.º de dezembro, militares anunciaram a recuperação do corpo em Gaza.
Impasse no plano de paz
Além das trocas de reféns e prisioneiros, o cessar-fogo integra a segunda fase do plano de paz proposto pelo então presidente dos EUA, Donald Trump, que prevê o desarmamento do Hamas e a formação de um governo de transição na Faixa de Gaza sem participação do grupo. Essa etapa permanece sem avanço.
O governo israelense reiterou que a entrega equivocada dos restos mortais será tratada como quebra de compromisso e ressaltou que continuará pressionando pela liberação dos 13 reféns que ainda permanecem em cativeiro.
Com informações de Gazeta do Povo